terça-feira, 13 de dezembro de 2011

ESTE LIVRO DEVE SER LIDO COM MUITA ATENÇÃO PARA QUE POSSAMOS SABER DETALHES QUE UMA DETERMINADA PARTE DA MÍDIA (GRANDE PARTE) ESCONDE DE TODOS NÓS. PORQUE? NÃO SEI MAS QUE ESCONDE, A ISSO ESCONDE. CABE A VOCÊS ENTENDEREM O PORQUE

Um sucesso de vendas e um muro de silêncio
Publicada terça-feira, 13/12/2011 às 10h05min e atualizada terça-feira, 13/12/2011 às 10h39min.
Por Maria Inês Nassif, na.
O livro “A Privataria Tucana”, de Amaury Ribeiro Jr., foi lançado há quatro dias e já é um fenômeno de vendas cercado por um muro de silêncio. Produto de doze anos de trabalho – e, sem dúvida, a mais completa investigação jornalística feita sobre o submundo da política neste século -, o livro consegue mapear o esquema de corrupção e lavagem de dinheiro montado em torno do político tucano José Serra – ex-deputado, ex-senador, ex-ministro, ex-governador, ex-prefeito e candidato duas vezes derrotado à Presidência da República. De quebra, coloca o PT em duas saias justas. A primeira delas é a constatação de que o partido, no primeiro ano de governo Lula, “afinou” diante do potencial de estrago da CPMI do Banestado, que pegou a lavanderia de vários esquemas que, se atingiam os tucanos, poderiam também resvalar para figuras petistas. O segundo mal-estar com o PT é o ultimo capítulo do livro, quando o autor conta a “arapongagem” interna da campanha do PT, que teria sido montada para derrubar o grupo ligado ao mineiro Fernando Pimentel da campanha da candidata Dilma Rousseff. Amaury aponta (como ele já disse antes) para o presidente do partido, Rui Falcão. Falcão já moveu um processo contra o jornalista por conta disso. O jornalista mantém a acusação.
Ao atirar para os dois lados, o livro-bomba do jornalista, um dos melhores repórteres investigativos do país, acabou conseguindo a façanha de ser ignorado pela mídia tradicional e igualmente pelo PT e pelo PSDB. O conteúdo de seu trabalho, todavia, continua sendo reproduzido fartamente por sites, blogs e redes sociais. Esgotado ontem nas livrarias, caminha para sua segunda edição. E já foi editado em e-book.
Os personagens do PSDB são conhecidos. O ex-caixa de campanha de Serra e de FHC, Ricardo Sérgio de Oliveira, aparece como o “engenheiro” de um esquema que operou bilhões de dólares durante as privatizações e os dois governos de Fernando Henrique Cardoso. A mesma tecnologia financeira usada por Oliveira foi depois copiada pela filha de Serra, Verônica, e seu marido, Alexandre Burgeois. Gregório Marin Preciado surge também como membro atuante do esquema. Ele é casado com uma prima do tucano nascido na Móoca, ex-líder estudantil e cardeal tucano.
Embora esteja concentrado nesse grupo específico do tucanato – o empresário Daniel Dantas só aparece quando opera para o mesmo esquema -, o livro não poupam gregos, nem troianos. A documentação da Comissão Parlamentar de Inquérito Mista (CPMI) do Banestado, que forneceu os primeiros documentos sobre lavagem de dinheiro obtido ilegalmente das privatizações, é o pontapé inicial do novelo que se desenrola até as eleições presidenciais do ano passado. A comissão, provocada por denúncias feitas pela revista Isto É, em matéria assinada pelo próprio Ribeiro Jr. e por Sônia Filgueiras, recebeu da promotoria de Nova York, e foi obrigada a repassá-lo à Justiça de São Paulo, um CD com a movimentação de dinheiro de brasileiros feita pelo MTB Bank, de NY, fechado por comprovação de que lavava dinheiro do narcotráfico, do terrorismo e da corrupção, por meio de contas de um condomínio de doleiros sul-americanos.
O material era uma bomba, diz o jornalista, e provocou a “Operação Abafa” da comissão de inquérito, pelo seu potencial de constranger tanto tucanos, como petistas (a CPMI funcionou no primeiro ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003).
Amaury Ribeiro conta de forma simples intrincada operações de esfria/esquenta dinheiro ilegal – e, de quebra, dá uma clara ideia de como operava a “arapongagem tucana” a mando de Serra. Até o livro, as acusações de que Serra fazia dossiês para chantagear inimigos internos (do PSDB) e externos eram só folclore. No livro, ganham nome, endereço e telefone.
Nos próximos parágrafos, estão algumas das histórias contadas por Amaury Ribeiro Jr., com as fontes. Nada do que aponta deixa de ter uma comprovação documental, ou testemunhal. É um belo roteiro para a grande imprensa que, se não acusou até agora o lançamento do livro, poderia ao menos tomá-lo como exemplo para voltar a fazer jornalismo investigativo.

1. A arapongagem da turma do José Serra (pág. 25) – Quando ministro da Saúde do governo FHC, José Serra montou um núcleo de inteligência dentro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) (a Gerência Geral da Secretaria de Segurança da ANVISA). O núcleo era comandado pelo deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ), também delegado. O grupo foi extinto quando a imprensa denunciou que o grupo bisbilhotava a vida dos funcionários. O funcionário da Agência Brasileira de Informações Luiz Fernandes Barcellos (agente Jardim) fazia parte do esquema. Também estava lá o delegado aposentado da Polícia Federal Onézimo de Graças Souza.
Este núcleo, mesmo desmontado oficialmente, teria sido usado por Serra, quando governador, para investigar os “discretos roteiros sentimentais” do governador de Minas, Aécio Neves, no Rio de Janeiro. De posse do dossiê, Serra teria tentado chantagear Aécio para que o governador mineiro não disputasse com ele a legenda do PSDB para a Presidência da República. O agente Jardim, segundo apurou Amaury, fez o trabalho de campo contra Aécio. (Fontes: O agente da Cisa Idalísio dos Santos, o Dadá, conseguiu informações sobre o núcleo de arapongagem de Serra e teve a informação confirmada por outros agentes. Para a “arapongagem” contra Aécio, o próprio Palácio da Liberdade).
2. O acordo entre Serra e Aécio (págs. 25 a 28) – Por conta própria, Ribeiro Jr., ainda no “Estado de Minas” e sem que sua apuração sobre a arapongagem de Serra tivesse sido publicada, retomou pauta iniciada quando ainda trabalhava no “Globo”, sobre as privatizações feitas no governo FHC. Encontrou a primeira transação do ex-tesoureiro de campanha de FHC e Serra, Ricardo Sérgio de Oliveira: a empresa offshore Andover, com sede nas Ilhas Virgens Britânicas, que injetava dinheiro de fora para outra empresa sua, em São Paulo, a Westchester. (Fontes: cartórios de títulos e documentos e Juntas Comerciais de São Paulo e do Rio).
Nos mesmos papéis, encontrou outro personagem que usava a mesma metodologia de Oliveira: o genro de Serra, Alexandre Bourgeois, casado com Verônica Serra. Logo após as privatizações das teles, Bourgeois abriu duas off-shores no mesmo paraíso fiscal – a Vex Capital e a Iconexa Inc, que operavam no mesmo escritório utilizado pelo ex-tesoureiro, o do Citco Building. (Fonte: 3° Cartório de Títulos e Documentos de São Paulo).
Amaury ligou para assessoria de Serra no governo do Estado e se deu mal: as informações, das quais queria a versão do governador, serviram para que o tucano paulista ligasse para Aécio e ambos aparassem as arestas. O Estado de Minas não publicou o material.

3. Ricardo Sérgio de Oliveira, Carlos Jereissati e a privatização das teles
- O primeiro indício de que a privatização das teles encheu os cofres de tucanos apareceu no relatório sobre as movimentações financeiras do ex-caixa de campanha Ricardo Sérgio de Oliveira que transitou pela CPMI do Banestado. A operação comprova que Oliveira recebeu propina do empresário Carlos Jereissati, que adquiriu em leilão a Tele Norte Leste e passou a operar a telefonia de 16 Estados. A offshore Infinity Trading (de Jereissati) depositou US$ 410 mil em favor da Fanton Interprises (de Ricardo Sérgio) no MTB Bank, de Nova York.
Comprovação do vínculo da Infinity Trading com Jereissati: Relatório 369 da Secretaria de Acompanhamento Econômico; documentos da CPMI do Banestado.
Comprovação do vínculo de Oliveira com a Franton: declaração do próprio Oliveira, à Receita Federal, de uma doação à Franton, em 2008.
4. Quando foi para a diretoria Internacional do Banco do Brasil, Ricardo Sérgio tinha duas empresas, a Planefin e a RCM. Passou a administração de ambas para a esposa, a desenhista Elizabeth, para assumir o cargo público. Em 1998, a RCM juntou-se à Ricci Engenharia (do seu sócio José Stefanes Ferreira Gringo), para construir apartamentos. Duas torres foram compradas pela Previ (gerida pelo seu amigo João Bosto Madeira da Costa) ainda na maquete. A Planefin entrou no negócio de Intenet recebeu líquido, por apenas um serviço, R$ 1,8 milhão do grupo La Fonte, de Carlos Jereissati, aquele cujo consórcio, a Telemar, comprou a Tele Norte Leste (com a ajuda de Ricardo Sérgio, que forneceu aval do BB e dinheiro da Previ à Telemar).

5. Em julho de 1999, a Planefim comprou, por R$ 11 milhões, metade de um prédio de 13 andares no Rio, e outra metade de outro edifício em Belo Horizonte.
As duas outras metades foram compradas pela Consultatum, do seu sócio Ronaldo de Souza, que morreu no ano passado. Quem vendeu o patrimônio foi a Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, reduto tucano. O dinheiro para pagar a metade de Ricardo Sérgio nos imóveis veio da Citco Building, nas Ilhas Virgens Briânicas, a mesma “conta-ônibus” de doleiros que viria a lavar dinheiro sul-americano sujo, de várias procedências.
Amanhã, a Carta Maior contará o que o livro de Amaury Ribeiro Jr. revela das operações feitas pela filha e genro de Serra, Verônica e Alexandre Bourgeois, e pelo primo Gregório Marín Preciato.

sábado, 10 de dezembro de 2011

O QUE ACONTECERIA CASO NÃO PAGÁSSEMOS?

A pergunta do título tem a ver com o glorioso MT-SAÚDE (?) e com nós funcionários do estado do Mato grosso que pagamos religiosamente esse plano que vem descontado em nossos holerites por contrato firmado e assinado. Estamos todos os funcionários cumprindo nossa parte. E ai é que a pergunta se impõe. E eles (MT-SAÚDE, está?). Tenho ouvido e presenciado coisas no mínimo vergonhosas com colegas sejam eles profissionais da educação ou de outras secretarias por conta do tal do MT-SAÚDE (SIM NOVAMENTE!).
São pessoas com procedimentos cirúrgicos marcados, com consultas e exames marcados que simplesmente não conseguem algo que todos têm o direito por pagarem e NÃO ESTÃO PEDINDO FAVOR NENHUM. Entendo que médios clínicas e laboratórios por não aceitem o tal PLANO, afinal não recebem. Vivemos em um regime capitalista. Quem paga recebe pelo que pagou, aliás, em qualquer regime é assim. Mas para alguns isso não funciona. Recebem mas não dão a contrapartida. Parece ser este o caso do MT SÁUDE.
Pelo menos essa é a explicação para não atenderem a milhares de funcionários que muito precisam deste serviço.
Outra pergunta se impõem. E o governo que está fazendo para resolver esse problema? Mas para resolver de verdade e não a enrrolação que são acostumados.
Outra pergunta. E o SINTEP? O que está fazendo? Telefonei três vezes para o sindicato. Na primeira o responsável não estava. Na segunda estava em um encontro no Hotel Fazenda. No terceiro ainda continuava no tal encontro. Deixei o celular e o telefone fixo que me foi pedido. Fazem mais de vinte dias e até agora aguardo o retorno.
Sempre estive ao lado do SINTEP, me filiei em 1988 quando aqui cheguei com minha família. Participei ativamente de todos os movimentos, fui membro e presidente da subsede de Diamantino. Não estou de maneira nenhuma revindicando privilégios. Apenas o que é de direito meu e de todos aqueles que têm descontado todos os meses de seu holerite uma determinada importância. Não estou reclamando do valor desta contribuição, mas de que o atendimento aqui em nossa cidade quase inexiste. Apenas alguns abnegados ainda aceitam. A maioria dos profissionais de saúde simplesmente cortou o atendimento. E nós como ficamos? Minha vontade é de escrever um palavrão, mas não e a hora nem o momento, muito menos o veículo adequado.
Voltando ao SINTEP sou do tempo que este sindicato lutava por uma Escola Pública e de Qualidade, por uma carreira digna para os Profissionais de Educação do nosso estado. Parece-me que agora se transformaram em algo contra o qual sempre lutamos. Estou falando PELEGOS (será que o termo mudou? Tudo está mudado). Pode parecer precipitação minha, pois não recebi nenhuma comunicação de que alguma coisa está sendo feita, portanto estou no meu direito de reclamar. E não me venham com a história de política a não ser política de saúde, que está uma droga para nós funcionários.
E o diretores do MT-SAÚDE, os anteriores e atuais que deixaram as coisas chegarem a este ponto. Não vão ser responsabilizados? Ou ninguém é culpado? Ou pior ainda somos nós os funcionários os culpados. Talvez por acreditarmos em pessoas no mínimo incompetentes. Para não falar de outras coisas já que não temos NENHUMA notícia concreta sobre o assunto, a não, ser boatos. E sobre boatos não vou falar. Alguém que tenha alguma informação “verdadeira”, por favor, me mande pelo blog, pelo telefone celular (99066306) ou pelo fixo 33361456, por carta, por e-mail, por telegrama, por sinal de fumaça, mas mandem caso saibam de algo concreto.
Antes que perguntem se precisei do serviço do MT-SAÚDE respondo. Sim. A Drª Mariza me atendeu sem problema, incluo ai o laboratório do Farmacêutico Bioquímico Drº Itamar. Tive a sorte de contar com esses profissionais. Que logo não vão aguentar a falta de pagamento e com certeza irão para de atender. E não adianta reclamar. Eles estão certos, quem trabalha quer receber. O que é absolutamente justo. Como é justo quem paga um plano como nós tem o direito de usufruir deste plano.
Não é minha intenção com este texto ofender absolutamente ninguém, apena penso que devemos exercer nossos direitos. É o que estou fazendo e vou continuar. Não penso só em na minha pessoa, mas nos colegas independentes de que secretaria na exerçam suas funções que estejam com a saúde debilitada, necessitando de atendimento médico. Como ficam? Será que o presidente, diretor, ou seja, lá o que for do MT-SAÚDE nunca precisou ser atendido? E o governador. Os demais secretários? No caso da Educação talvez seja mais fácil, afinal ele é medico e pode se autoatender.
Com a palavra quem pode informar com segurança, certeza e VERDADE acima de tudo.
JOSÉ WALDEMAR M. GENRO_PROFESSOR APOSENTADO (NÃO INATIVO) _MATRÍCULA 33269001.6 OU.
PROFº_FUMAÇA GENRO BLOG WWW.fucalima2010@blogspot.com
RÁDIO _WWW.musicapura.listen2myradio.com

domingo, 4 de dezembro de 2011

A HOMENAGEM DO BLOG A ESTE GRANDE BRASILEIRO. CONCORDO EM TUDO COM O TEXTO QUE MOSTRA SER ELE UM CRAQUE TAMBÉM COM AS PALAVRAS.

Alguns sonham outros não



EU TENHO UM SONHO.”
            Sócrates Brasileiro Sampaio de Sousa Vieira de Oliveira NA REVISTA CARTA CAPITAL NA EDIÇÃ DE 30 DE NOVEMBRO DE 2011 Nº674
Essa frase praticamente define a ação do grande líder Martin Luther King (o rei da causa negra, eu diria), que passou a vida lutando pela igualdade de direitos entre brancos e negros nos Estados Unidos, em um tempo que privilegiava o homem branco no transporte, nas escolas, na cidadania. Foi assassinado em 1968 exatamente por lutar pelas conquistas que ele ajudou a serem alcançadas. Com destemor e liderança, enfrentou os maiores obstáculos, insurgiu-se contra a guerra e a discriminação. Marcou época em um período de grandes transformações sociais.
O mesmo ano de 1968 ficou marcado pelas manifestações dos estudantes na Sorbonne parisiense, que ergueram barricadas em sua luta por mudanças. “Nós somos judeo-alemães”, era o grito que ecoava; queriam demonstrar que todos somos iguais, sejamos negros, sejamos árabes ou brancos. Esse era o slogan daquela juventude que lutava por liberdade, autonomia e independência. Provocaram muitas mudanças, colocaram de cabeça para baixo qualquer tradição ou vício social. Antes, as mulheres eram tratadas como menores e as opções sexuais como fantoches. Daniel Cohn-Bendit simbolizou aquele movimento. Dani, como todos os outros, também tinha um sonho.
Elien Sirleaf, a primeira mulher a ser eleita presidente da Libéria; Leymah Gbowee, também liberiana e que liderou a chamada greve de sexo de suas compatriotas; e Tawakul Karrnan, ativista iemenita, figura fundamental no país onde praticamente se iniciou a Primavera Árabe, que derrubou boa parte dos antigos regimes de várias nações árabes neste ano, foram agraciadas pelo Nobel da Paz de 2011 por suas lutas pelos direitos das mulheres africanas, pela paz e pela democracia. Essas fortes mulheres também têm um sonho.
Nelson Mandela lutou a vida toda contra o apartheid, termo que explicita a segregação racial então vigente na África do Sul, onde a população negra não possuía os mesmos direitos políticos, sociais e econômicos que a minoria branca. Por isso permaneceu preso durante 26 anos. Nelson é autor de frases definitivas como: “Sonho com o dia em que todas as pessoas se levantarão e compreenderão que foram feitos para viver como irmãos” ou “não há caminho fácil para a liberdade”. Ou ainda “a queda da opressão foi sancionada pela humanidade e é a maior aspiração de cada homem livre” e “urna boa cabeça e um bom coração formam urna formidável combinação”.
Mandela até hoje corre atrás dos seus sonhos e aspirações de liberdade, igualdade e fraternidade entre os homens. Um belo exemplo de compromisso com seu povo e com a humanidade.
Entre os brasileiros também encontramos idealistas natos, como Luiz Carlos Prestes, que doou sua vida e até acompanhou a morte da mulher Olga, assassinada em um campo de concentração nazista, por uma causa onde a justiça e a igualdade eram os valores proeminentes. Ou Antonio Conselheiro, líder de Canudos, cuja guerra foi tão bem relatada por Euclides da Cunha em Os Sertões. Com a gente paupérrima e sofrida pela fome, seca e falta de perspectiva econômica e social, ele criou uma comunidade de pura sobrevivência e que foi esmagada pelo Exército brasileiro. Corno se perigosos fossem. O único perigo, como sempre, era o do exemplo que poderiam dar a gente com os mesmos problemas. Eles também sonharam.
Inversamente, há poucos dias, o presidente da Fifa veio a público para dizer que não há racismo no futebol e que as agressões que ocorrem dentro de campo poderiam ser resolvidas com um simples aperto de mãos. Uma visão cega e fascista da realidade. Os negros estão expostos na sociedade ocidental desde sempre e isso não desapareceu. A reação foi imediata e o fez recuar, mas um pensamento não desaparece por causa do que provoca. Tentar esconder algo tão incrivelmente absurdo é de uma ingenuidade que um ser de 70 anos não tem o direito de possuir. Pior, utilizar análises simplistas como essa, para encobrir a realidade daquilo que comanda, é pura perversão de caráter. Nada mais endêmico (junto com a corrupção) entre aqueles que comandam o futebol. Certamente os negros de todo o planeta se sentiram agredidos, menos um. Pelé. Que de preto parece ter somente a cor da pele. Ele não só corroborou coma tese de Blatter como acrescentou outras bobagens nascidas de seu pseudoíntelecto. De uma coisa sabemos de há rnuito tempo. Pelé jamais sonhou com o quer que seja. •
WWW.OARTACAPITAL.CCMBR

Após terceira internação, ex-jogador Sócrates morre em São Paulo. A NOTÍCIA É TRISTE PARA TODOS NÓS BRASILEIROS INDEPENDENTE PARA QUE TIME TORCEMOS. ELE ERA ANTES DE TUDO UM CIDADÃO, UM BRASILEIRO ATÉ NO NOME.

Ex-atleta não resiste a consequências de um choque séptico sofrido na última quinta-feira e falece na madrugada deste domingo
Por GLOBOESPORTE.COM São Paulo
O ex-jogador Sócrates Brasileiro Sampaio de Sousa Vieira de Oliveira morreu às 4h30 da madrugada deste domingo, em consequência a um choque séptico, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Ele tinha 57 anos e era pai de seis filhos.
Relembre a carreira de Sócrates

Sócrates estava internado deste quinta-feira à noite, depois de ter se sentido mal durante o jantar. O quadro clínico dele chegou a apresentar leve melhora neste sábado, graças a um antibiótico mais potente, que fez regredir o quadro de infecção intestinal. Mas os médicos já vinham alertando que o caso dele era grave – Sócrates estava sedado na UTI, respirando por aparelhos e passando por tratamento dialítico, que consiste na remoção do excesso de líquidos e substâncias prejudiciais acumuladas no organismo do paciente renal crônico. A expectativa era que ele permanecesse em observação por pelo menos 72 horas.
O ex-jogador foi internado na noite de quinta-feira com uma infecção intestinal causada por uma bactéria. Ele começou a se sentir mal depois de comer estrogonofe no jantar. Não foi confirmado pelos médicos, porém, que tenha sido essa a causa da internação.
E sta tinha sido a terceira internação de Sócrates nos últimos quatro meses. As duas internações anteriores foram para tratar de uma hemorragia digestiva, causada pelo consumo prolongado de álcool.
A última internação havia sido em setembro. Foram 17 dias no hospital. Com o fígado comprometido, a expectativa na época era de que ele precisaria se reabilitar em casa, seguindo uma dieta rigorosa, para entrar na fila por um transplante. Para isso, porém, era preciso que seu quadro clínico ficasse estável por alguns meses.
A primeira vez que ele foi hospitalizado ocorreu no dia 19 de agosto, quando sofreu uma hemorragia digestiva alta. Na ocasião, ele recebeu alta após nove dias.
Sócrates começou a carreira de jogador no Botafogo, de Ribeirão Preto, foi contratado pelo Corinthians no fim da década de 70 e vendido para Fiorentina, da Itália, nos anos 80. Também jogou no Flamengo e no Santos e pela Seleção Brasileira.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

olá, SOU DOUTOR FULANO DE TAL, SEU ENFERMEIRO_ESTE TEXTO FOI RETIRADO REVISTA "CIÊNCIA HOJE" DA "SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA_SBPC".UMA REVISTA SÉRIA E COM RIGOR CIENTÍFICA. O TEXTO ESTÁ NA SEÇÃO "SINTONIA FINA" NAS PÁGINAS 18 1 19 DO MES DE NOVEMBRO. É PARA PENSARMOS NESTA HISTÓRI DE DOUTOR.

O Neiv York Times deu destaque a assunto que (in)diretamente tem muito a ver com o Brasil. E, apesar de só esbarrar em questões da ciência, vale explorá-lo aqui.
Antes, porém, algum contexto.
Engenheiro estrangeiro que viveu cerca de 10 anosno Brasil, ao ser perguntado sobre sua pior impressãodo país, sem titubear, dispara: “A de ser chamado do outor”. O interlocutor pede explicação. E vemela: o fato de os mais pobres e humildes aplicarem esse título aos mais abastados. Por aqui,o qualificativo, por vezes, é também imposto de cima para baixo. Caso emblemático: um juiz que conseguiu na justiça — e o mais impressionante é o fato de um colega, desembargador, ter cedido ao pedido — liminarexigindo que o porteiro do prédio dele o chamasse... ‘doutor’.
Em tempo: o lado justo da história foi que a mídia fez pouco do ‘doutor’ e, mais tarde, a liminar foi cassada por juiz de bom-senso — este, sim, vale ter o nome citado aqui, Alexandre Eduardo Scisinio—, que alegou: “Doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico utilizado apenas quando se apresenta tese a uma banca e esta a julga merecedora de um doutoramento.
Emprega-se apenas às pessoas que tenham tal grau. e mesmo assim no meio universitário”. Perfeito.]
No Brasil, tem sido costume chamar ‘doutor’ os portadores dos diplomas das três profissões imperiais; médicos, advogados e engenheiros. E, nas últimas décadas, tudo indica, basta ocupar um cargo de chefia (ou ter poder) para ser elevado a tal nível. Por aqui, doutor (ou professor doutor), como apontou o sábio juiz, é aquele que defendeu tese de doutorado em instituição reconhecida pelo governo — o irônico é que esses, em geral, não fazem questão do título.
Voltando ao NYT. Enquanto, no Brasil, todos com algum status social parecem ser ‘doutores’, nos EUA o termo é sinônimo de médico — mas, vale ressaltar que, lá também, nada tem a ver com o título de doutorado.
Desde 2004, nos EUA, para praticar a profissão, farmacêuticos devem ter o título de doutor. A partir de 2015, a exigência se estenderá a fisioterapeutas e enfermeiros. A alegação nada tem a ver, dizem esses conselhos de classe, com ser ou não chamado ‘doutor’, mas, sim, com aperfeiçoamento profissional.
Ano passado, informa a reportagem, cerca de 150 faculdades formaram em torno de 7 mil doutores em prática de enfermagem, título que leva algo como três anos a mais de estudo, após completada a graduação. Enfermeiras anestesistas também precisarão do título em breve. Ao todo, o país tem algo como 375 mil mestres e 28 mil doutores em enfermagem.
As entidades de classe médica se dizem contra, pois temem perder o ‘doutor’ que os identifica por séculos, alegam. Estados norte-americanos já proibem
o vírus veio de uma proteína (no vocabulário da área, imunoglobulina G ou IgG) que reconhece e se liga a V2, porção pouco estudada — eufemismo para ignorada — das proteínas da superfície do HIV. Pessoas cujo organismo produz essa proteína, segundo as análises, têm 43% a menos de chance de contrair o vírus.
Já aqueles que produzem a proteína IgA apresentaram risco 54% maior de contrair o HIV, comparados a indivíduos sem esse anticorpo.
Na prática, tudo isso pode soar como minúcias bioquímicas, e os autores reafirmam aquele discurso do otimismo cuidadoso, chavão nessas horas: é só uma hipótese, uma suspeita etc.
Eu enfermeiros, farmacêuticos e fisioterapeutas se designem ‘doutores’ sem, em seguida, identificarem sua profissão.
médicos, por sua vez, dizem que o uso generalizado do ‘doutor’ poderia confundir o paciente.
A reportagem do NYT diz que, por trás da querela, estão autonomia, briga por maiores salários e poder para prescrever medicamentos. Dos 51 estados norte-americanos, 23 deles permitem que enfermeiros façam consultas sem supervisão ou colaboração de médicos no Brasil, enfermeiros podem fazer a chamada consulta de enfermagem, bem como prescrever medicamentos e exames, desde que esses itens constem de um protocolo autorizado por cada município.
Para um dos representantes de classe dos médicos entrevistados pelo diário norte-americano, a obrigatoriedade do título é apenas um subterfúgio para obter independência para praticar exames e prescrever. Para a presidente do Colégio de Enfermagem dos EUA, isso não é verdade. Ela alega que enfermeiros estão orgulhosos com a profissão e, se quisessem ser médicos, teriam ido para a faculdade de medicina.
Seja lá, seja aqui, sob o título ‘doutor’, escondem-se interesses e mazelas. Lá, parece ser questão de corporativismo de classe e de reserva de mercado; aqui, resquício de uma desigualdade social de séculos, que (ainda) divide o país em ‘doutores’ e ‘não doutores’.
E, no final das contas, como resumiu um doutor (de verdade) ao escutar sobre a história do juiz exigente:
“Senhor e senhora são tratamentos de respeito; portanto, apropriado a todos.”