Bispo espanhol que deixou MT por causa de ameaças
passa bem, diz sobrinha
Publicado em 9/12/2012 às 16h46: atualizado em: 9/12/2012 às 16h46
TEXTO TIRADO DO JORNAL A GAZETA
Barcelona, 9 dez (EFE).- Glória
Casaldáliga, sobrinha do bispo espanhol Pere Casaldáliga - que foi obrigado a
deixar São Félix do Araguaia, no Mato Grosso, por causa das ameaças
relacionadas ao seu trabalho a favor dos índios xavantes -, afirmou neste
domingo que seu tio passa "bem, mas segue preocupado com a situação".
Em entrevista à rádio "Catalunha", Glória declarou que o bispo, de 84
anos e que sofre de Parkinson, decidiu deixar sua casa no Brasil "não só
por de sua segurança, mas também pela das pessoas que viviam na mesma".
Glória Casaldàliga falou com seu tio na tarde de ontem por telefone e assinalou
que, apesar das circunstâncias que o forçaram a deixar sua residência, tinha o
encontrado "bem e tranquilo". A sobrinha do bispo acrescentou que seu
tio deseja que "esta situação acabe o quanto antes" e que também tem
"muitas vontade de voltar a sua casa de São Felix com 'os seus'".
Pedro Casaldáliga deixou a aldeia de São Félix do Araguaia devido a um
recrudescimento das ameaças que recebe há anos por seu trabalho a favor dos
índios xavantes, disseram à Agência Efe fontes de uma organização indigenista.
"Don Pedro tem certeza", resumiu um porta-voz do Conselho Indigenista
Missionário (Cimi), uma organização vinculada ao Episcopado, que se recusou a
dizer para onde Casaldáliga foi levado. Segundo ele, o bispo espanhol está em
um lugar protegido pela Polícia Federal. O Cimi denunciou que as ameaças se
redobraram nas últimas semanas, aparentemente devido à iminente decisão de um
tribunal que, segundo fontes judiciais, tende a se mostrar a favor dos índios
xavantes em um processo de propriedade de terras, situadas próximas a São Félix
do Araguaia. Há mais de duas décadas, os xavantes contavam com a solidariedade
de Casaldáliga, que chegou a esse remoto município de Mato Grosso em 1968.
Nascido em Balsareny, em Barcelona, Casadáliga chegou à Amazônia após ter
passado sete anos como missionário na Guiné Equatorial. No Mato Grosso, o bispo
abraçou a Teologia da Libertação, uma corrente nascida nos movimentos de base
da Igreja Católica no Brasil.
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