Eu professor Fumaça Genro achei
maravilhoso esse texto. O autor é um espetáculo de pessoa, de apresentador do programa A Máquina, na TV Gazeta às 3ª feira. Um cara antenado e com coragem de
dizer certas coisas que muitos de nós tememos dizer por pura frescura.
APROVEITO PARA DESEJAR
A TODOS OS PAIS UM FELIZ DOMINGO. QUE DEUS ESTEJA AO LADO DE TODOS SEMPRE ,NÃO
SÓ NESTE DIA
Não posso
ser o melhor amigo dos meus filhos, mas realizar uma oposição criativa.
Tenho que
dizer coisas desagradáveis que nenhum melhor amigo diz, como “tá na hora de
tomar banho!”, “acabou o tema?”, “não volta tarde”, “põe o casaco”.
Sou pai,
necessito orientar, não concordar sempre e falar amém para aventuras.
Não quero
mesmo que meus filhos contem tudo, quero que saibam que podem me contar tudo.
Não
preciso saber seus segredos para que eles tenham confiança em mim.
Que possam
manter um pouco de sua intimidade até longe de mim para que eu não fique toda
hora opinando.
Ser pai é
um papel difícil, é segurar o sim, é segurar o não, jamais temer tomar partido.
Pai não
fica em cima do muro, é o muro.
É limitar
as vontades, ser determinado, firme.
Sem
meio-termo: errar e pedir desculpa acertar e comemorar.
Não posso
ser legalzinho. Pai legalzinho demais tem culpa no cartório. Tem medo de perder
o filho e faz todas as vontades dele. Fazer todas as vontades do filho é perder
o filho.
Posso ser
legal. Isso sim. Legal. Filhos vão gostar de mim e vão me odiar.
Vão
gostar de mim me odiando.
E preciso
permitir que os filhos me odeiem. Que me critiquem. Que me xinguem.
Para eles
poderem me superar, ser melhor do que eu.
Que falem
mal de mim nas costas. Mas nas costas. Que é preciso ter educação até para
falar mal. Falar mal do pai é unir os irmãos - eles têm um assunto em comum.
Passarão
vergonha com meu amor. Gritarei gol durante os jogos da escola, contarei piadas
sem graça para seus amigos. Terão orgulho também de mim. Quando algum professor
perguntar o que eles são do Carpinejar.
Pai é
passar da idade, é envelhecer para o filho entender que é de outra geração.
— Não
viu essa banda no Youtube, pai? Que bizarro...
Pai é a honestidade
da lembrança. É a franqueza do gesto. É a responsabilidade.
Assumir o
que se vive, não ficar procurando culpados.
Ser pai é
dar a cara ao tapa esperando o beijo.
Fabrício Carpinejar texto retirado do
BLO G DO AUTOR HOJE DIA 10/08/2012
Ouça meu
emocionado comentário na manhã de sexta-feira
(10/8), na Rádio Gaúcha,
programa Gaúcho Hoje, apresentado por Antonio Carlos Macedo e Daniel Scola:
Nenhum comentário:
Postar um comentário