Fifa proíbe o São João em Salvador
por
Alessandra Nascimento_MATÉRIA DO
JORNAL TRIBUNA DA BAHIA
Publicada em 25/04/2013 01:23:24
A partir do mês de junho, quando
acontecem os jogos da Copa das Confederações e Salvador abrigará algumas
partidas, estão proibidas a realização de festas na cidade. A situação chegou ao
conhecimento da Tribuna da Bahia por intermédio de dois moradores – um
planejava realizar uma festa junina no bairro do Barbalho e o segundo em
Periperi – as festas tiveram as licenças negadas pela Superintendência de
Controle e Ordenamento do Uso do Solo, Sucom, por conta de uma ordem da Fifa.
A TB entrou em contato com a assessoria do órgão
municipal que confirmou a suspensão de eventos na cidade no mês de junho. “A
Prefeitura de Salvador irá publicar um decreto dando maiores detalhes, mas a
orientação é não liberar eventos na cidade em junho”, alega.
A Tribuna entrou em contato com a
Assessoria Geral de Comunicação, Agecom, e teve como informação
que isso faz parte de um acordo firmado entre a Fifa, o governo federal e as
cidades sedes dos jogos. “O governo brasileiro assinou o acordo com a entidade
e tem que aceitar as regras. Foi assim nos Estados Unidos e na África do Sul.
Nos circuitos oficiais como Avenida Paralela, Avenida Bonocô, Orla, Dique do
Tororó, Vitória, Ribeira, dentre outros pontos da cidade terão que exibir toda
a comunicação visual com os patrocinadores da Copa. A Sucom deverá apreender
quem estiver desrespeitando as regras”, alerta a assessoria.
Celeuma - Não é a primeira vez que ocorre episódios
emblemáticos envolvendo a Fifa. A entidade havia proibido a comercialização de
acarajés no entorno do estádio. A regra da Fifa recomendava o afastamento desse
tipo de comércio num perímetro de até dois quilômetros das praças de jogos.
A atitude foi tomada porque o acarajé não deveria
ser concorrente aos hambúrgueres produzidos pela rede McDonald’s, patrocinadora
oficial da Fifa. Aparentemente a entidade teria voltado atrás e liberado a
comercialização do bolinho, que é tombado pelo Instituto do Patrimônio
Histórico e ArtísticoNacional, Iphan, como patrimônio
imaterial.
Escritório da Copa se manifesta
A Tribuna da Bahia entrou em contato com o Escritório da Copa, Ecopa,
que disse desconhecer a informação de restrição a eventos na cidade durante o
mês de junho. “Cada evento é analisado individualmente pelos órgãos competentes
e a sua aprovação leva em conta todas as condições necessárias, de acordo com a
regulamentação vigente. Não há nenhum impedimento em relação à realização de
eventos na cidade. Pelo contrario, tanto a Prefeitura, quanto o Governo de
Estado estão elaborando uma ampla programação de eventos que oportunamente será
divulgada, para que todo o cidadão soteropolitano possa ter lazer, cultura e
entretenimento durante a realização dos jogos em nossa cidade”, informou a nota
da assessoria da Ecopa.
Questionada
se a Fifa teria “alugado” a cidade, a Ecopa se manifestou. “Salvador, bem como
todas as cidades-sede, tem recebido investimentos em diversas áreas
(infraestrutura, requalificação de espaços urbanos, mobilidade, segurança,
capacitação de mão de obra, saúde, equipamentos públicos, cultura, turismo), o
que tem dinamizado a sua economia, através da geração de emprego e renda para
os mais variados setores, trazendo benefícios para toda a população. Tudo isso
vem gerando oportunidades que impulsionam o desenvolvimento da cidade e elas
estão acontecendo justamente por conta da realização dos jogos. Uma vez bem
sucedidos, Salvador poderá se posicionar cada vez mais como uma cidade apta a
receber novos eventos em inúmeras áreas”, sinaliza e acrescenta: “Salvador está
cumprindo rigorosamente o que determina a Lei Geral da Copa (Lei Federal nº.
12.663/12), no sentido de garantir a realização de todas as atividades
previstas com pleno êxito. Assim, estamos trabalhando intensamente para que a
capital baiana se torne uma cidade cada vez melhor e seja ainda mais desfrutada
por todos os soteropolitanos”.
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