O
que aconteceu com o jovem de hoje? Ele desatinou? Não conhece a banda, nem a
Carolina, a Luisa, a Angélica muito menos a Beatriz. Pouco trata as pessoas com
carinho e com afeto, nem lhes dá seu doce predileto. Não tem mais sonho de um
carnaval, nem conhece a noite dos mascarados nem a história de Pedro Pedreiro,
nem mesmo sabe quem trabalhou na construção desta roda viva, não imaginam o cio
da terra. Também não sabe as maravilhas da morena dos olhos d’água. Quem te viu
quem tevê, todo se achando, pensando que no ano-novo, por meio de um chorinho
vai conhecer Januária, mas será apenas um retrato em branco e preto mesmo que
faça bom tempo ou que um sabiá cante na sua janela.
Pois é, apesar de você, toda gente humilde diz Deus lhe
pague. E, olha a Maria, essa passou atrás da porta fazendo um partido alto ou
um fado tropical. Ela na flor da idade bebendo desse cálice e gritando acorda
amor, chamando Jorge Maravilha.
Basta um dia meu
caro amigo para as mulheres de Atenas perguntar. O que será? Olhando olhos nos
olhos e cantando um samba para Vinicius, apreciando uma feijoada completa e
dizendo maninha amanhã é primeiro de maio.
A história da Geni e o Zepelim não passam de um folhetim,
contada por algum pivete que trocando de conversa com a Rosa e dizendo Bye Bye
Brasil, nos bastidores de uma linha de montagem conhece a Morena de Angola e
diz eu te amo.
Em outro momento alguém diz. Meu caro Barão, a voz do
dono e o dono da voz contam a história de Lily Braum. Imagina se tantas
palavras, isso que um tempo passou merecem mil perdões. E as cartas de mano a
mano que anda pelas tabelas parecendo um suburbano coração? Será que vai
passar? Isso me parece à volta do malandro ou palavra de mulher. E nesses anos dourados,
as minhas meninas cantando no tororó o velho Francisco, com todo o sentimento,
uma valsa brasileira, mesmo a mais bonita.
A foto da capa mostra o futebol outra noite, quando de
volta ao samba, os futuros amantes se deixam conhecer paratodos. E o piano da
Mangueira toca leve, como um samba de adeus em um chão de esmeraldas, você,
você.
E a carioca Cecília, dizendo Iracema voou em sonhos,
sonhos são às vezes uma canção inédita de um embebedado, um bolero blues.
Talvez por que era ela, porque era eu, sempre, mesmo em outros sonhos.
É uma audácia eu sei, mas usei títulos de músicas de
Chico Buarque e de muitos de seus espetaculares parceiros, para construir este
texto com muito ou pouco sentido, ou até nenhum como quiserem, o título é só um
pretexto. É apenas uma homenagem a este fantástico brasileiro, que com certeza
merecia alguém bem mais talentoso para homenageá-lo.
Professor José Waldemar M.
Genro (Profº Fumaça Genro)
Diamantino, 10 de fevereiro
de 2010
Nenhum comentário:
Postar um comentário