Padilha qualifica de xenófoba atitude de médicos que hostilizaram
cubanos
Médicos protestaram Fortaleza;
houve 'muita truculência', diz ministro.
Ministro foi ao Congresso para conversar com senador sobre Mais Médicos.
Ministro foi ao Congresso para conversar com senador sobre Mais Médicos.
Felipe
NériDo G1, em Brasília
Manifestantes ligados
ao Sindicato dos Médicos do Ceará vaiam médico cubano na saída do grupo de 79
médicos estrangeiros de aula inaugural (Foto: Jarbas Oliveira/Folhapress)
O ministro da
Saúde, Alexandre Padilha, disse nesta terça-feira (27) que há “truculência” e
“xenofobia” na atitude de médicos brasileiros que hostilizaram médicos cubanos
em Fortaleza, no Ceará, nesta segunda-feira.
O grupo de 96 estrangeiros que está fazendo curso
de atenção básica de saúde e português no Ceará foi recebido para a aula
inaugural do treinamento, na segunda, por cerca de 50 profissionais brasileiros
que gritavam palavras de ordem e reivindicavam pela realização do Revalida,
exame de validação do diploma de medicina para curso feito no exterior.
“Em primeiro
lugar, tem muita truculência, muita incitação ao preconceito, e à xenofobia.
[...] Lamento veementemente a postura de alguns profissionais - porque eu acho
que é um grupo isolado - de ter atitudes truculentas, [que] incitam o
preconceito, a xenofobia. Participaram de um verdadeiro 'corredor polonês' da
xenofobia, atacando médicos que vieram de outros países para atender a nossa
população”, declarou.
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O ministro
também criticou a fala do presidente do Conselho Regional de Medicina de Minas
Gerais (CRM-MG), que na semana passada afirmou que os brasileiros não devem
“socorrer” nem ser "padrinhos" de profissionais estrangeiros.
“Repudio, lamento veementemente aquela declaração do presidente do CRM de Minas Gerais. Não sei que código de ética médica, em que juramento ele se baseou para recomendar os médicos mineiros a omitir socorro, a não atender a população”, disse.
“Repudio, lamento veementemente aquela declaração do presidente do CRM de Minas Gerais. Não sei que código de ética médica, em que juramento ele se baseou para recomendar os médicos mineiros a omitir socorro, a não atender a população”, disse.
Padilha esteve no Senado para conversar com o
vice-líder do PR na Casa, senador Antonio Carlos Rodrigues (PR-SP), sobre o
Mais Médicos. “Estou conversando com cada bancada, com cada deputado, com cada
senador, fazendo o meu trabalho de ‘formiguinha’, mostrando dados, mostrando a
importância do programa. Estou confiante que o Congresso Nacional será sensível
de entender que o Ministério da Saúde buscou solução concreta”, afirmou
Padilha.
O Congresso tem até novembro para aprovar a medida
provisória 621/2013, que cria o Mais Médicos. O programa estabelece a concessão
de bolsas de R$ 10 mil a médicos brasileiros e estrangeiros inscritos para
atuar em áreas carentes de profissionais de saúde no interior do país e na
periferia das grandes cidades. Na semana passada, o governo anunciou convênio
que permitirá a vinda de 4 mil médicos cubanos pelo programa Mais Médicos. O
primeiro grupo chegou no fim de semana passado.
Desde a divulgação do programa, considerado prioritário para o governo federal, entidades médicas criticam o Mais Médicos por permitir que estrangeiros atuem no país sem a validação do diploma e que profissionais recebam bolsa sem direitos trabalhistas. A categoria também é contra mudanças no currículo dos cursos de medicina, com a criação de um ciclo obrigatório de dois anos a ser cumprido no Sistema Único de Saúde.
Desde a divulgação do programa, considerado prioritário para o governo federal, entidades médicas criticam o Mais Médicos por permitir que estrangeiros atuem no país sem a validação do diploma e que profissionais recebam bolsa sem direitos trabalhistas. A categoria também é contra mudanças no currículo dos cursos de medicina, com a criação de um ciclo obrigatório de dois anos a ser cumprido no Sistema Único de Saúde.
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