Marina está em todas. Nesta quarta, há entrevistas dela na Folha, Globo
e Estadão. Nelas, a ex-senadora criou constrangimentos para Eduardo Campos e
confirmou que seu movimento visa combater o "chavismo do PT"
Em todas essas três .entrevistas, Marina Silva criou constrangimentos para o governador
pernambucano Eduardo Campos, que preside o PSB, partido ao qual ela se filiou.
Na Folha,
Marina se colocou como candidata à presidência, negando o que havia dito no
próprio sábado, quando o pacto Rede-PSB foi anunciado. No Globo, contestou
alianças pragmáticas de Campos e disse que “não há lugar para inimigos
históricos” em seu partido, referindo-se a Ronaldo Caiado, (DEM-GO) como se o
PSB já fosse dela.
No Estado
de S. Paulo, mais grave ainda, confirmou ter dito que seu movimento visava
combater o “chavismo” do PT. “Quando me referi à ideia do chavismo
foi no espaço do comportamento político, de que não possa prosperar outra força
política”, disse ela.
Ora, mas que chavismo é esse, se Lula não alterou
as regras eleitorais para perseguir um terceiro mandato e Dilma Rousseff é
apenas uma candidata que concorre ao direito legítimo da reeleição? Será que
Eduardo Campos corrobora a análise de Marina?
Era de se
esperar que, tendo renunciado à candidatura presidencial, Marina começasse a
trabalhar a favor de seu novo aliado, Eduardo Campos, e não contra.
Mas quando contesta alianças, que visam fortalecer
palanques regionais, se coloca como candidata e denuncia um inexistente
chavismo no Brasil, Marina joga contra o próprio time.
Mais
estranha ainda é sua postura messiânica, de quem se coloca como redentora da
democracia no Brasil, que, até onde se enxerga, não está ameaçada. Sobre sua
filiação ao PSB, Marina disse que a fez em “legítima defesa”. Ora, mas defesa
de que se a Rede só não foi viabilizada porque Marina não conseguiu recolher as
assinaturas exigidas por lei?
E não adianta dizer que se trata do primeiro
partido clandestino em plena democracia, como Marina afirmou no último sábado.
Trata-se apenas de uma tendência incubada no PSB – uma tendência estridente,
diga-se de passagem – que não atingiu o status de partido porque faltou
competência a seus dirigentes, muito embora não tenha faltado apoio midiático e
financeiro à empreitada.
Marina pode e deve falar à vontade. Até porque,
caso não fale, dirá que seu direito à livre manifestação está sendo cerceado.
Mas, passada
a festa do casamento, caberia, agora, aos editores dos grandes veículos de
comunicação despertar para um fato óbvio. No quadro atual, Marina está fora do
jogo. É, no máximo, candidata a vice – a menos que consiga derrotar por dentro
o aliado Eduardo Campos.
E os
eleitores não votam em vices. Portanto, o que ela diz ou deixa de dizer tem
cada vez menos importância.
PS:
Marina também concedeu uma entrevista ao Correio Braziliense. Disse que apoia o
deputado José Antônio Reguffe (PDT/DF) para o governo do Distrito Federal,
quando o PSB já tem também uma candidatura posta, a do senador Rodrigo
Rollemberg (PSD/DF)
Brasil
247
Nenhum comentário:
Postar um comentário