'Jornal Nacional' omite prêmio importante do Bolsa
Família
O principal telejornal da TV Globo
está demonstrando um parcialismo político e antipopular cada vez mais
despudorado. Na edição de terça-feira (15), não mostrou a principal notícia
sobre mais um êxito de uma política pública que combate um dos problemas históricos
do Brasil, a pobreza. O Programa Bolsa Família ganhou um prêmio internacional
comparável a vencer uma Copa do Mundo na erradicação da pobreza.
O prêmio foi concedido pela principal
instituição que promove a seguridade social no mundo e atua em 157 países, a
Associação Internacional de Seguridade Social (ISSA). É uma premiação rara,
pois é concedida somente de três em três anos. Segundo a ISSA, o Bolsa Família
é uma experiência pioneira na redução da pobreza e modelo para demais países.
Tanto a notícia é relevante que ela foi – como tinha de ser – destaque em
outras redes de televisão. Jornalismo básico.
O expurgo da notícia pelo principal
telejornal do país não chega a ser surpresa para quem acompanha a linha
editorial das organizações Globo. Em sintonia com setores da oposição tucana
que desdenha do programa social, o jornal O Globo já publicou diversos artigos
e editoriais contrários ao Bolsa Família.
Nos telejornais, em geral, o programa
só merece espaço no noticiário quando ocorre algum problema, como na recente
onda de boatos mentirosos sobre o seu fim, que levou a uma corrida dos
beneficiários para fazerem saques antecipados. Na TV há mais sobriedade nas
críticas do que no jornal impresso, mas não faltam casos de dar voz excessiva
aos críticos, enquanto censura opiniões favoráveis e premiações importantes
como esta.
Mas os problemas de parcialidade do
Jornal Nacional não ficaram só aí na edição daquela terça-feira. O telejornal
também não divulgou a pesquisa eleitoral do Vox Populi que não foi muito
favorável aos candidatos de oposição, o que seria mais do agrado dos donos da
emissora. A sondagem mostrou que a oposição como um todo encolheu com a
exclusão de uma das candidaturas, ou de Marina Silva (PSB) ou de Eduardo Campos
(PSB) que, agora, no mesmo partido não poderão concorrer simultaneamente.
Para complicar a situação da
oposição, quando Marina Silva é testada como candidata no lugar de Eduardo
Campos, ela fica em segundo lugar, na frente de Aécio Neves (PSDB), com números
semelhantes aos que já tinha antes. As intenções de votos que eram para Campos
parecem migrar para Dilma em maior quantidade, em vez de ir para Marina. No
cenário em que Campos é candidato no lugar de Marina, as intenções de votos
dela são diluídas entre os outros candidatos, e Campos continua em um
desconfortável terceiro lugar com cerca de metade das intenções de votos de
Aécio Neves. Esse resultado pode aumentar desavenças dentro do PSB. A ilusão de
que Aécio e Campos subiram alguns pontos a estatística explica: com apenas três
candidatos para dividir o bolo de intenções de votos, a fatia de cada um fica
maior do que se houvessem quatro.
Ah! Como se não bastasse ainda teve
mais um capítulo da novela requentada das investigações sobre o PCC, parecendo
querendo diluir a pauta das propinas pagas pela Sie mens e Alstom a autoridades
dos governos tucanos de São Paulo. Aliás o noticiário policial dominou a pauta.
Mas teve até uma matéria sobre
propina paga na Suíça para um diretor da CPTM (Companhia Paulista de Trens
Metropolitanos). Uau! Finalmente uma notícia desfavorável ao governo tucano
paulista? Ledo engano. A reportagem termina poupando o PSDB e o governador Geraldo
Alckmin, encerrando com o apresentador William Bonner lendo uma nota oficial do
PSDB sobre o assunto, em vez do tradicional "procuramos ouvir o governador
Geraldo Alckmin, mas sua assessoria disse que ele não se manifestaria".
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