Flávia Borges, repórter do GD
Deputados estaduais, sindicalistas,
servidores e representantes do governo estadual participaram nesta quarta-feira
(7) de uma audiência pública na Assembleia Legislativa para discutir o projeto
de lei que dispõe sobre o novo modelo de plano de saúde dos servidores públicos
de Mato Grosso. Apesar de passarem mais de 4 horas debatendo o fim do MT Saúde
e a implantação de um programa que auxilie os servidores, não foi possível
chegar a um entendimento sobre a mensagem do Executivo que propõe pagar um
abono aos servidores que eram filiados ao MT Saúde e que queiram se conveniar a
Unimed, Amil ou Sul América.
A proposta foi
aprovada em primeira votação, mas precisa passar pelo crivo dos parlamentares
mais uma vez. Os servidores, porém, não concordam com o artigo 4º do projeto de
lei que garante que o auxílio será escalonado por remuneração e faixa etária,
conforme disposto em decreto. Sindicalistas exigem que o valor seja
especificado já na lei e não posteriormente em decreto. “Caso a tabela não
traga o que nós reinvidicamos, vamos rejeitá-la”, afirmou Gilmar Brunetto,
presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Assistência Técnica, Exetensão
Rural e Pesquisa Pública de Mato Grosso (Sinterp).
O presidente da
Assembleia, deputado José Riva (PSD) cobrou uma solução por parte do governo
estadual. “Vamos aguardar a decisão dos representantes para deliberar sobre esse
projeto, que é muito importante aos servidores públicos e seus dependentes”,
disse Riva, que também não descartou a possibilidade de emendas à proposta.
O aposentado José da
Silva Costa mostrou sua indignação afirmando que vai procurar ajuda para tratar
sua saúde. “Vou apelar para curandeiros, terreiros, porque não existe
atendimento. Peço que agilizem alguma solução, pois estamos cansados de blá blá
blá”, disse.
O secretário estadual
de Administração, César Zílio, participou da audiência e garantiu que a
intenção do governo é encontrar uma solução para o impasse. “Vamos discutir com
a Assembleia e com os sindicatos para encontrar um valor justo para os
servidores pagarem”.
A audiência pública
foi requerida pelo deputado Dilmar Dal Bosco (DEM). O democrata sugeriu que o
problema seja discutido em duas frentes. A primeira seria novas reuniões entre
parlamentares, sindicalistas e representantes do governo. A segunda seria
tratada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para investigar a
situação. O plano tinha como objetivo possibilitar o acesso dos servidores do
Estado a uma assistência médica de qualidade a um custo considerado baixo. O
deputado estadual Walter Rabello (PSD) vai presidir a CPI do MT Saúde. O
relator eleito é o deputado Emanuel Pinheiro (PR).
Rabello solicitou à
Mesa Diretora da Assembleia que providencie uma comissão técnica formada por um
economista, um administrador que já tenha experiência na administração de
planos de saúde ou de um hospital para que o mesmo possa ter embasamento no que
vai ser questionado e investigado pela CPI, além de uma pessoa com conhecimento
amplo na área jurídica.
A comissão poderá
convocar para colaborar com as investigações os gestores do MT Saúde, o
Ministério Público Estadual, o Sindicato dos Estabelecimentos de Saúde de Mato
Grosso (Sindessmat), o Sindicato dos Médicos, Conselho Regional de Medicina,
Tribunal de Contas do Estado, Auditoria Geral do Estado, além dos diversos
sindicatos estaduais e todo e qualquer servidor público que possa contribuir
com as investigações.
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