A proposta
apresentada pelo governo de Mato Grosso, de reajuste parcelado em 10 anos para
os professores da rede estadual de ensino foi recusada pela categoria durante
assembléia-geral na tarde desta sexta-feira (20). A decisão foi unânime entre
os cerca de 1,5 mil trabalhadores que estiveram reunidos na Escola Estadual Presidente
Médici e assim, a paralisação iniciada no dia 12 de agosto segue sem previsão
de ser encerrada.
Cerca de 450 mil
alunos vão continuar sem aulas e terão que repor parte do ano letivo de 2013 no
começo de 2014. A greve atinge mais de 90% dos 38 mil servidores da pasta e
também as 744 escolas da rede estadual.
Os servidores não
aceitaram receber o reajuste parcelado com previsão de só chegar, em 2023,
próximo ao valor pleiteado pelo categoria que quer dobrar o poder de compra dos
salários em no máximo 7 anos, o que seria até o ano de 2020. O reajuste
reivindicado pelos professores é de 10,41% acima da inflação, tanto para este
ano, quanto para 2014.
Mas a proposta
apresentada pelo governo na última quarta-feira (18), não coincidiu com as
reivindicações. Foi oferecido reajuste de 5% em ganho real para 2014, outros 6%
de aumento para 2015 e 7% para o ano de 2016. Seguindo com a promessa de dobrar
o poder de compra dos servidores num prazo de 10 anos, o governo ofertou
reajuste de 7,69% entre os anos de 2017 e 2023.
Agora, a queda de
braço entre os professores grevistas e o governo deve ficar mais acirrada nos
próximos dias. Os sindicalistas prometem seguir com o calendário de mobilização
e endurecer as críticas ao governo.
Por outro lado, o
governador Silval Barbosa (PMDB) já afirmou que está em seu limite e apresentou
a proposta com reajuste máximo que consegue oferecer aos professores, sem
comprometer orçamentos futuros e para conseguir honrar com os compromissos
financeiros perante a categoria, entre eles, o pagamento dos salários em dia.
Dessa forma, não está
descartada a hipótese de que o governo volte a acionar a Justiça para tentar
fazer valer uma decisão que já declarou a greve como "abusiva" e
mandou os professores voltarem ao trabalho com efetivo suficente para garantir
as atividades educacionais. A ordem judicial não foi acatada pelo Sintep,
apesar da multa diária de R$ 23,7 mil fixada pelo desembargador Marcos Machado,
que deferiu a liminar favorável ao estado no dia 10 de setembro.
Assessoria Jurídica do sindicato já recorreu para tentar cassar a liminar, mas
até o momento não há informação se o recurso já foi julgado.
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