Terça-feira, 10 de
setembro de 2013RETIRADO O SITE COMTEXTO LIVRE
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Mais grave do que os atos de espionagem do governo
americano contra o Brasil é a reação da oposição diante a denúncia de que a NSA
tentou desvendar segredos da Petrobrás
Os adversários do governo querem adiar o leilão do
pré-sal com o argumento de que será um evento de cartas marcadas.
Nem sabem o que foi apurado pelo serviço secreto
norte-americano e já querem suspender a venda dos direitos de exploração de
Libra, que contém reservas imensas e deve atrair uma montanha de investimentos
para o país.
Quanta
pressa, não?
Vamos combinar que, exagerando na indignação
repentina, esse pessoal está exagerando na boa vontade – ou já seria submissão?
– diante de potências estrangeiras.
A missa nem começou e eles já querem se ajoelhar.
Tentam ajudar a NSA a cumprir o único objetivo estratégico dos EUA em relação à
Petrobrás ao longo da história: prejudicar a empresa em toda e qualquer
oportunidade que se apresente.
Será que este antiamericanismo súbito tem algo a
ver com a possibilidade de se bloquear um evento que, conforme a maioria dos
analistas, pode dar um fôlego novo e importante ao conjunto da economia?
Quem sabe
tenha impacto em 2014?
Alguma
dúvida?
Não há informações precisas sobre os segredos
quebrados pelos espiões. Mas nós sabemos muito bem qual é a finalidade de sua
ação. Por caminhos sujos e obscuros, querem, mais uma vez, enfraquecer a maior
empresa brasileira.
Trata-se de um novo lance num movimento que nasceu
na década de 1950, quando a Petrobrás foi criada.
Mais conhecido aliado dos Estados Unidos na época,
o queridinho dos conservadores Carlos Lacerda liderou a campanha que culminou
no emparedamento e suicídio de Vargas.
No Irã,
na mesma época, um processo semelhante levou à derrubada de um governo eleito.
Em vários países árabes, a ação americana ajudou a
levantar e proteger ditaduras dóceis a seus encantos.
O que se tenta, há 60 anos, é encontrar caminhos e
atalhos que possam diminuir a Petrobrás, reduzir suas receitas e inviabilizar
seus investimentos. Tentou-se a privatização no governo FHC. O projeto foi
abandonado pelo receio da reação popular.
Petróleo é economia. E é política, também. Não se
perdoa o esforço de uma empresa do Estado para articular uma política de energia
autônoma, capaz de garantir que as reservas brasileiras sejam patrimônio do
país, em vez de serem incorporadas às reservas estratégicas dos EUA.
É sintomático que a ação dos espiões se volte
contra a empresa. Não se poderia esperar outra coisa. Queriam que a NSA fosse
espionar carrinhos que vendem suco na praia?
Adversária editorial da Petrobrás, não é nem um
pouco surpreendente que a TV Globo procure dar um destaque devido e também
indevido à ação dos espiões na empresa. Seus repórteres conseguiram apurar que
a NSA tentava espionar a Petrobrás. Não foi possível chegar ao que descobriram.
E só. A empresa divulgou, ontem, nota em que nega qualquer desvio em seus
sistemas de segurança.
Vendo a reportagem do Fantástico, domingo, cheguei
a me perguntar: será que eles vão dizer que há indícios que iriam justificar o
adiamento do leilão?
Não, a
Globo não fez isso.
Pode ser
que surjam fatos novos, capazes de justificar suspeitas maiores.
Deverão ser examinados com cautela redobrada e
muita prudência, em função dos interesses políticos envolvidos. Está na cara
que deixar a Petrobrás fora do maior leilão de sua história e um dos maiores do
mundo será um golpe formidável no futuro da empresa, em seu equilíbrio
econômico e em sua perspectiva de mercado.
Não se pode descartar até falsos dossiês para
justificar um ambiente de incerteza e insegurança. Agentes do serviço secreto
não precisam cumprir preceitos morais nem respeitar a verdade. O universo é
outro. Seu jogo é duplo, triplo. A mentira faz parte essencial do negócio.
Sempre trabalharam assim – antes mesmo da invenção do computador.
Não há o menor indício de que os segredos do leilão
tenham sido quebrados. Mas a oposição pegou a senha e já está querendo entrar
no baile.
Dá para entender. Mas também dá para lame
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