terça-feira, 22 de abril de 2014

TERMINEI MARAVILHADO!


            Ontem à noite terminei o livro de Sebastião Salgado com Isabelle Francq “De minha terra a Terra” e só posso dizer que maravilhoso e é o mínimo.
            Para que vocês saibam de quem estou falando faço um pequeno relato de quem esse cara.
            SEBASTIÃO SALGADO nasceu em 1944, em Aimoré, Minas Gerais. É formado em Economia e começou sua carreira de fotógrafo na França onde mora desde 1969.
            O livro mostra um homem. Um ser humano de altíssima qualidade. Preocupado com o meio ambiente, mas principalmente com o ser humano.
            Ele é um dos brasileiros que a tal revolução de 64 obrigou a sair do país e no caso dele se refugiou na França. Como ele muitos outros talentos saíram do Brasil para poderem continuar vivendo. Fazendo uma interrupção no texto. Lembramos a alguns analfabetos políticos que pede a volta da ditadura, esse foi um dos de serviços que ela prestou ao nosso país.
            Sebastião Salgado é uma pessoa que dignifica nossa espécie humana. Viajou por 120 países, nos ambientes mais inóspitos. Do calor ao frio, da seca a chuva. Da paz a guerra. Conheceu como poucos os mais terríveis lugares da terra. Encantou-se com a natureza, com os mais diversos tipos de seres vivos, com os mais diferentes ambientes, com os mais diferentes tipos de seres humanos. Conheceu a África com uma profundidade que pouquíssimas pessoas conhecem e se encantou com o continente. Conheceu as Américas especialmente a América do Sul. A Amazônia fotografa com altíssima qualidade como sempre foi em todos os seus trabalhos.
            Algo interessante em sua obra é que ele fotografa em preto e branco. Não que desvalorize a cor, mas foi uma escolha. E mesmo eu não tendo acesso a seus livros, apenas a parte deles acho seus trabalhos magníficos.
            Seu grande suporte na vida, além claro de seus inúmeros colaboradores, outros colegas de fotografia é sua mulher Lélia a qual ele reverencia com respeito e muito amor que o acompanha desde o exílio na França l[á pelos anos 60. Formam um casal magnífico. Claro que tiveram seus problemas, mas se completam nas convicções, nas lutas e na vida.
            O casal tem dois filhos Juliano e Rodrigo e um neto Flavio. Juliano é cineasta e co dirigiu ao lado de outro cineasta o alemão Wim Wenders, um documentário sobre o trabalho do pai chamado “O sal da Terra” escolhido para participar do festival de Cannes. O outro filho é trissômico como ele mesmo fala. Para quem não sabe o que é coloco abaixo uma definição dessa doença.
Normalmente os cromossomos são encontrados aos pares 
mas quando acontece um erro genético um desses pares, geralmente o de numero 21 fica com três cromossomos ao invés de dois, podendo causar doenças. No caso do nº 21 causa a síndrome de Down.

            Falo trissômico porque no livro em nenhum momento ele fala em Down e respeito a sua vontade. Ele também diz que seu filho é deficiente sem nenhum problema. O carinho com que ele se refere ao filho é espetacular. Tem uma passagem em que diz “os amigos dizem que pouco saímos. Mas vivemos com Rodrigo. Ter um filho deficiente é isso. Foi bastante difícil no começo, mas assim que começamos a envelhecer compreendemos que ele havia se tornado nossa vida. É preciso tirara o melhor dela”.

            Somente alguém iluminado é capaz de ser o que esse cara é. A vida dele é dedicada ao ser humano, ao meio ambiente. A prova, se é que é preciso está na criação do INSTITUTO TERRA. Com o qual eles (junto com a esposa Lélia) fazem diversos projetos de preservação da natureza, sendo na antiga fazenda de seu pai comprada pelo casal, talvez o auge que é o reflorestamento da Mata Atlântida.
            Escrever este texto pode não significar nada para ninguém, mas para eu é importante. Identifiquei-me muito com o trabalho, com a vida com a luta desse magnífico brasileiro. E resolvi escrever em sua homenagem, mesmo que ele nunca venha, a saber. O que com, certeza irá acontecer.
            Para encerrar só posso agradecer a ele. Por sua luta. Por sua dedicação. Por seu exemplo.

UM ABRAÇO
PROFESSOR FUMAÇA GENRO.