sábado, 26 de fevereiro de 2011

“O mundo é masculino e assim deve permanecer”

          Nós homens comuns, de famílias comuns, com vidas comuns, muitas vezes pensamos erroneamente que besteira é um privilégio nosso, que falar fora de hora, de contexto, falar bobagens é coisa que só nós fizemos. Pessoa inteligentes que ocupam altos cargos só dizem e fazem coisas boas e inteligentes. Engano nosso. É só dar uma lida no artigo abaixo que foi publicado na revista Época e verão que certas coisas não só nós os comuns que aprontamos.
PROFº FUMAÇA GENRO DO BLOG        WWW.FUCALIMA2010.BLOGSPOT.COM
          O juiz Edílson Rodrigues acha a Lei Maria da Penha "diabólica" por tornar o homem "tolo e mole". Pode repetir para Dilma?
RUTH DE AQUINO
é diretora da sucursal de ÉPOCA no Rio de Janeiro
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 A lei Maria da Penha é um conjunto de regras diabólicas. Se essa lei vingar, a família estará em perigo. Ora, a desgraça humana começou no Éden: por causa da mulher. As armadilhas dessa lei absurda tornam o homem tolo, mole. O mundo é masculino e assim deve permanecer. No caso de impasse entre um casal, a posição do homem deve prevalecer até decisão da Justiça, já que o inverso não será do agrado da esposa.
          Releia o parágrafo acima, mas agora entre aspas. O autor dessas palavras é o juiz mineiro Edílson Rumbelsperger Rodrigues. Ele disse exatamente tudo isso em sentença, em 2007, ao julgar homens acusados de agredir e ameaçar suas mulheres. A Lei Maria da Penha existe desde agosto de 2006. Ela aumenta o rigor a agressões domésticas. Seu nome é uma homenagem à biofarmacêutica Maria da Penha Maia. Após duas tentativas de assassinato pelo marido em 1983, ela ficou paraplégica. O marido, Marco Antonio Herredia, foi preso após 19 anos de julgamento e ficaram só dois anos em regime fechado.
          Em novembro do ano passado, o juiz Rodrigues foi suspenso por dois anos pelo Conselho Nacional da Justiça por suas “considerações preconceituosas e discriminatórias”. Na última terça-feira à noite, o ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal, cancelou a punição. Defendeu a liberdade de pensamento dos magistrados. Para Marco Aurélio, a opinião de Rodrigues é “uma concepção individual” e “suas considerações são abstratas”. Segundo o ministro, não é preciso concordar com o juiz, mas a punição seria um exagero.
          Na sexta-feira, tentei entrevistar Rodrigues. Por meio da assessoria da Associação dos Magistrados de Minas Gerais, ele informou que não vai falar sobre o assunto até o julgamento final do Supremo. Ditou uma nota aos assessores: “Meu pronunciamento pessoal seria mais prudente depois da decisão definitiva do STF, na qual evidentemente confiamos”. Rodrigues já conta com a solidariedade do ministro Marco Aurélio. Um sinal de que poderá ser definitivamente reabilitado.
           Por muito tempo, Rodrigues sentiu-se perseguido. “Fui mal interpretado”, disse na ocasião, em 2007. Explicou que não ofendeu ninguém e, em sua sentença, citou até “o filósofo Jesus”. Mas admitiu achar a Lei Maria da Penha um “monstrengo tinhoso”, que leva a um “feminismo socialmente perigoso”. Segundo Rodrigues, alguns colegas concordam com ele, mas não tem coragem de dizer isso publicamente. Ele se considera um defensor do gênero feminino: “A mulher não suporta o homem emocionalmente frágil, pois é exatamente por ele que ela quer se sentir protegida”.
A frase do juiz língua solta nos leva a refletir sobre os limites da liberdade de expressão
          O caso do juiz língua solta de Sete Lagoas, Minas Gerais, nos leva a refletir sobre os limites da liberdade de expressão. Podemos pensar o que der na telha. Falar é mais complicado. Especialmente quando ocupamos um cargo importante e representamos uma instituição. Mais delicado ainda é um juiz ter uma “concepção individual” que contrarie uma lei instituída. Digamos que, em casa, no domingão com a família, ou nos bares de Sete Lagoas, o cidadão Edílson desça o sarrafo na Lei Maria da Penha. Tudo bem. Mas usar sua convicção de superioridade masculina para julgar e proferir sentenças o torna pouco confiável para avaliar processos de agressão no lar. Ou não?
          Gafes de pessoas públicas têm um preço. A presidenta Dilma repreendeu o general José Elito por ter declarado que os desaparecidos na ditadura militar são “um fato histórico”. O general foi obrigado a pedir desculpas. O papa Bento XVI repreendeu o bispo britânico Richard Williamson por negar o Holocausto. Williamson pediu perdão. A presidenta do Flamengo, Patricia Amorim, repreendeu o ex-goleiro Bruno por perguntar, em defesa de Adriano: “Qual de vocês, casado, nunca brigou ou até saiu na mão com a mulher?”. Bruno pediu desculpas. Ele está preso, acusado de agredir e fazer sumir a ex-amante e mãe de seu filho Bruninho.
          Todos os acusados – juiz, general, bispo, goleiro – se disseram “mal interpretados”. Queria saber se o juiz Edílson Rodrigues repetiria tudo o que pensa diante de Dilma. Algo me diz que ela tem apreço pela Lei Maria da Penha e não acha o mundo masculino.


sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

MARIA CLARA

          Hoje 25/02/2011 6ªfeira aniversário da minha filha mais nova Maria Clara. Quero neste espaço desejar a ela toda a felicidade do mundo e reafirmar meu amor; total, parcial, integral e incomensurável. Minha filha que sejas feliz sempre. Mais saiba que a felicidade é uma conquista diária, uma luta constante e que terás  sempre eu, Eloina, Camile, Aline, Ana Carolina, Pedro, Joana, Beatriz, Dorvalina, Totonho e Roberto ao teu lado, mesmo que as vezes pareça que não. Entenda que te amamos e amar não é só aplaudir é também corrigir. Mm beijo minha filha amada.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Como ex-fumante entendo perfeitamente as angústias do autor do texto, pois são realmente uma caça as bruxas aos fumantes. Alguns casos em nome de uma maioria enlouquecida são perseguidos e tratados como os antigos leprosos (termo errado usado propositalmente), como os aidéticos foram a pouco tempo tratados e outros mais. A história do politicamente correto às vezes chega às raias da sandice. Será que alguma dessas pessoas faria uma campanha contra o álcool, por exemplo. Que destrói famílias mata pessoas e muito mais coisas terríveis. E não me venham com essa besteira usada nos comercias que dizem BEBA COM MODERAÇÃO, depois de nos enfiarem goela a baixo belas mulheres, lugares paradisíacos para os que como eu gostam de um birita. Só que não sou burro nem passivo com esse tipo de propaganda. Ou pelo menos penso não ser tão burro.

E O VÍRUS SE ESPALHA POR GUILHERME SCAZILLI_TEXTO RETIRADO DO BLOG AMÁLGAMA

         Há tempos os sensatos avisam que é necessário impedir a transformação do interesse coletivo num pretexto para restringir as liberdades individuais. Que os desafios do mundo contemporâneo exigem mais tolerância e menos opressão. Que as legislações proibicionistas voltadas ao consumo de substâncias estão fadadas ao fracasso. E finalmente que a própria filosofia da limitação de direitos pode alimentar sucessões crescentes de arbitrariedades, chegando a exageros tenebrosos e talvez irreversíveis.
         Ninguém ouviu. Afinal, se nos acostumamos à inútil Lei Seca em estádios paulistas ou à escandalosa proibição da Marcha da Maconha, certamente aceitaríamos qualquer tirania gratuita que viesse acompanhada por certa aura civilizada e saneadora. Assim nasceu a perseguição ao tabaco. Primeiro endossamos os mentirosos ataques aos fumódromos. Depois permitimos que a ingerência estatal sufocasse o livre-arbítrio de proprietários e clientes. Então aceitamos que as milícias expulsassem os fumantes até das calçadas adjacentes aos bares e restaurantes. Agora, graças a uma iniciativa do deputado estadual Vinicius Camarinha (PSB), estamos prestes a ver praças, parques e praias tomados pelo expurgo antitabagista. Praias, senhoras e senhores.
          Amedrontados com a inevitabilidade da descriminalização das drogas (em especial da maconha) e constrangidos pelas incoerências de um sistema tributário-consumista que não dá a mínima para a saúde do cidadão, os legisladores de índole retrógrada tomam caminho oposto ao do bom-senso. Criam instrumentos para excluir da vida social todos os abelhudos que tiverem a pachorra de menosprezar o culto à longevidade, esse deus enganador que ilumina o conservadorismo planetário. No limite, contribuem para destruir a alteridade, forjando uma sociedade homogênea e falsamente “saudável” dominada por eleitos que obedecem a determinados padrões físicos e comportamentais. Numa versão politicamente correta de eugenia, o Estado penaliza contribuintes adultos, honestos e conscientes, impedindo-os de gozar prerrogativas legítimas em pleno espaço público, só porque uns Mengeles da sociabilidade afirmaram que inexistem “níveis seguros” para a permanência deles entre os “normais”.
          A caça aos fumantes baseia-se no repertório de mistificações que costuma povoar os mais variados ambientes totalitários. O tal “direito de não ser incomodado”, que só contempla uma parte da população, é típico do fascismo. Em nome do bem-estar coletivo, hansenianos e portadores de outras doenças também foram perseguidos e confinados. Obesos e homossexuais sofrem discriminações por motivos parecidos. A classe médica, incapaz de lidar com fumantes longevos e atletas enfartados, dá embasamento pseudocientífico a truculências profiláticas que jamais ousaria cometer, por exemplo, contra as fumaças do transporte urbano ou os agrotóxicos cancerígenos. E a OAB silencia diante dessa inconstitucionalidade flagrante, uma entre dezenas que fazem a vergonha do Supremo Tribunal Federal.
          Depois de iniciada, a epidemia repressiva apodrece os órgãos da sociedade, todos, sem exceções legalistas que nos protejam. Combatamos a escalada autoritária enquanto ainda podemos denunciá-la.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Texto recebido de um grupo da internet do qual eu participo. A pessoa do grupo que enviou o texto se chama Caio.

          Num plenário esvaziado, apenas com alguns parlamentares, parentes e amigos do homenageado, o bispo cearense de Limoeiro do Norte, Dom Manuel Edmilson Cruz, impôs um espetacular constrangimento ao Senado Federal, ontem.
          Dom Manuel chegou a receber a placa de referência da Comenda dos Direitos Humanos Dom Hélder Câmara das mãos do senador Inácio Arruda (PCdoB/CE). Mas, ao discursar, ele recusou a homenagem em protesto ao reajuste de 61,8% concedido pelos próprios deputados e senadores aos seus salários.
          “A comenda hoje outorgada não representa a pessoa do cearense maior que foi Dom Hélder Câmara. Desfigura-a, porém. De seguro, sem ressentimentos e agindo por amor e com respeito a todos os senhores e senhoras, pelos quais oro todos os dias, só me resta uma atitude: recusá-la”.
          O público aplaudiu a decisão. O bispo destacou que a realidade da população mais carente, obrigada a enfrentar filas nos hospitais da rede pública, contrasta com a confortável situação salarial dos parlamentares. E acrescentou que o aumento “é um atentado, uma afronta ao povo brasileiro, ao cidadão contribuinte. Fere a dignidade do povo brasileiro que com o suor de seu rosto santifica o trabalho diário.

Parabéns dom Manuel por sua atitude.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

ESTE TEXTO FOI RETIRADO DA REVISTA CARTA CAPITAL Nº 632 DE 9 DE FEVEREIRO DE 2011. PARA QUEM GOSTA DE ASSSISTIR FUTEBOL COMO EU GOSTO SÓCRATES COLOCA O DEDO NA FERIDA COM MAESTRIA. SÃO ASSIM MESMO AS TRANSMISSÕES DE MUITAS REDES DE TV, DESVIANDO DO QUE INTERESSA QUE É O FUTEBOL, OS CARA FALAM DE TUDO MENOS DO QUE INTERESSA. E ATUALMENTE TEM UM PROBLEMA AINDA MAIOR. A EQUIPE TRANSMITE O JOGO DO ESTÚDIO (MUITAS VEZES) SEM TER NENHUM CONTATO COM O LOCAL DO JOGO

Futebol não é ciência exata
Sócrates 5 de fevereiro de 2011 às 13:04h

          Acho o maior barato acompanhar as transmissões televisivas de futebol nestes tempos que eu chamo de “modernos”. Modernos porque essas transmissões nada têm de futebol propriamente dito, o que ouço na verdade são inumeráveis dados estatísticos que, acredito, a ninguém interessam. Ou muito devo me enganar já que esse tipo de postura é endêmica (quem sabe fruto de uma bactéria gram-negativa originada da inconsistência natural da falta de conhecimento sobre o assunto) na chamada crônica desportiva.
          Que me desculpem as exceções, porém, outro dia, estava a assistir a uma belíssima partida de futebol entre as equipes do Palermo e da Internazionale de Milão, cujo primeiro tempo terminou com a vitória parcial do time mediterrâneo por 2 a 0. Depois de ouvir que um determinado jogador A tinha participado de uma centena mais três jogos com aquela camiseta rosácea, que o outro ainda possuía quatro anos e seis meses de contrato, que o zagueiro central B há 800 minutos não tomava um cartão amarelo (e o jogo correndo sem que qualquer dos comentaristas se preocupasse em passar ao telespectador o que poderia estar ocorrendo em campo), veio a máxima de que aquela defesa não tomava gols há exatos 502 minutos e, pasmem, 15 segundos.
          É claro que não gravei esses valores com a precisão daqueles mestres, mas a incidência e a ênfase dadas ao fato eram de tal forma elevadas que pareciam que mais que o jogo de futebol em si valia a estatística presente na história recente daquela equipe. No meu tempo de estudante, a gente chamava isso de embolação, falta do que dizer ou só uma cola para quando nada tivesse a acrescentar. O pior é que eles às vezes até brincam com suas limitações ao gargalhar de si mesmos quando os dados oferecidos são tantos e sem lógica, apesar de os frisarem como se fossem preciosidades absolutamente incomparáveis.
          No entanto, calhou de a Internazionale fazer um gol, depois mais um e finalmente o terceiro, que a levou à vitória. Caiu, literalmente, a estatística e nada mais se falou do assunto. O novo projeto mais uma vez nada tinha a ver com o evento a que haviam sido chamados a comentar. Passaram a desfilar dados sobre o número de faltas de uma ou outra equipe, a idade do treinador, a quilometragem entre uma cidade e outra, que nem representada estava naquele momento, e tudo o mais que não estivesse em campo. Uma canelada do craque do time nem coçava as cordas vocais dos professores, mas uma trombada entre cabeças já seria motivo de longas explanações sobre o que vocês menos imaginam. Com diria Paulo Henrique Amorim: “Um horror!”
          Menos de uma semana após esta, digamos, aula estapafúrdia de futebol, de novo me vi assistindo ao Palermo; agora contra a Juventus de Turim. Mas a conversa não mudou nem um pouquinho. Três ou quatro dias depois, o assunto continuava o mesmo, só que com uma pequena mudança estrutural: afirmava-se com ares de extraordinário feito que a defesa do Palermo, que tomara três gols em Milão (grifo meu), estava invicta em seu estádio desde, acreditem, 11 de dezembro de 2010, como se esta data determinasse uma eternidade versus os dias de hoje. Seria o mesmo que dizer que, desde o último natal (exatamente duas semanas depois do último gol sofrido), quase nenhum ser houvera recebido sequer um presentinho de Papai Noel. Que tragédia!
          De qualquer forma, agradecemos todos ao estímulo que esses estudiosos nos dão para entendermos que futebol é, antes de tudo, uma ciência exata e que um pouco de aritmética, matemática e estatística não faz mal a ninguém. Muito pelo contrário, sem elas nada entenderíamos desse esporte construído em tabelas periódicas e cavaletes de renomados arquitetos da arte, que, se muito não me engano, só não aparecem em público para receber suas láureas porque são extremamente altruístas, além de muito tímidos em suas essências. Uma pena!
          Mas tem mais. Antes do término do jogo fico sabendo que determinado jogador fora muito elogiado pela cartolagem por seu espírito voluntarioso, que as especulações sobre as contratações eram coisa do passado, já que a “janela” de transferência européia acabara, passando pela beleza ou não das cores da camisa do clube, pela inspiração oferecida por tal jogada de um atleta no tempo da tevê em preto e branco e de um presente que um deles ganhara de um jogador que era uma camisa com defeito e que valeria um absurdo. Por tudo isso eu acredito: recebi uma verdadeira aula; se de futebol, eu não se
Sócrates
Sócrates é comentarista esportivo, foi jogador de futebol do Corinthians, entre outros clubes, e da seleção brasileira