quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Tucanos talibãs vs. petistas xiitas: quem ainda aguenta essa briga? Por André Barcinski

 Brasil está ficando insuportável. A gente não consegue mais discutir nada sem que o assunto não enverede pelo sectarismo partidário.
Nesse lugar cada vez mais burro e intolerante, qualquer opinião é desprezada a priori e enterrada num fosso ideológico.
O negócio é escolher o lado, juntar-se aos amigos, e apedrejar quem não concorda com você.
Dois assuntos importantes dos últimos dias – a doença de Lula e a ocupação da reitoria da USP – provaram, mais uma vez, que a maioria prefere matar o mensageiro a discutir a mensagem.
O câncer de Lula virou uma batalha de mau gosto nas redes sociais, com manifestações preconceituosas e elitistas.
Uma pena. Porque o caso, se discutido com a razão e não com a jugular, poderia servir de exemplo da necessidade de melhoria de nosso sistema de saúde.
Que mal há em sugerir aos servidores públicos que utilizem os serviços pelos quais são responsáveis?
O problema, no caso de Lula, foi não estender a sugestão a todos os políticos, independentemente de partidos.
Eu adoraria ver o ex-presidente se tratando no SUS, assim como o Alckmin indo para o palácio espremido num vagão de metrô ou parado no trânsito da mesma Marginal que ele prometeu que nunca mais alagaria.
Eu poderia morrer feliz depois de ver o Kassab entrando na prefeitura de peruca, boné e óculos escuros, pedindo um alvará para uma loja, e depois acompanhá-lo sendo achacado por uma romaria de fiscais.
Sobre a invasão a USP, falta bom senso aos dois lados.
Acho que é possível ser a favor de um maior policiamento no campus – que há muito sofre com roubos e crimes – sem ser um reaça da Opus Dei.
Acho que é possível ser contra prender pessoas – qualquer pessoa, não só alunos da USP – por fumar maconha, sem ser um anarquista doidão.
Acho possível concordar com Gilberto Dimenstein, que classificou os invasores da reitoria de “delinquentes mimados”:
“O que estamos vendo na USP não tem nada de político ou ideológico. É apenas delinquência. Não existe nenhuma causa. Não representa nem remotamente aquela comunidade universitária.”
E acho que é possível concordar com meu amigo André Forastieri, que escreveu sobre a crescente militarização de São Paulo pelo governo tucano e o assustador apoio de parte da população:
“Existem muitos paulistas que têm algo a perder e, inseguros, anseiam pela tutela de um pai rigoroso, que dite as regras, contenha miseráveis e pardos à distância, e nos puna exemplarmente em caso de mínima infração.”
Só não tenho mais paciência para discutir, porque cansei de ser reduzido a um estereótipo por revoltadinhos do Twitter.
E tome opinião pronta, soberba, arrogância, mentiras e boatos transformados em fato.
Hoje mesmo, recebi e-mails de pessoas GARANTINDO que o DCE está ligado a um grupo de traficantes de uma favela próxima a USP, e outro e-mail GARANTINDO que a reitoria está fazendo uma lista de alunos que são reconhecidos nas manifestações, para expulsá-los depois.
É muita verdade absoluta para o meu gosto.


É exatamente dessa maneira que penso. É insuportável esse tipo de pensamento que se considera o único certo seja de qualquer lado.
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