terça-feira, 17 de abril de 2012

OS PARTIDOS DE ESQUERDA TÊM SIDO DE ESQUERDA MESMO EM RELAÇÃO AOS PROFESSORES DO BRASIL?

TEXTO RETIRADO DO SITE ARAIBU DIA 16 DE ABRIL DE 2012



Na internet, há a divulgação de uma frase que diz do Brasil ser um país de políticos caros e professores baratos, referindo-se a relação de extrema desigualdade entre os ganhos dos primeiros e os dos segundos, o que é verdade, como se sabe. E, pensando nisso, em meio a outras coisas, pergunto: hoje, que partidos de esquerda lideram essa luta ao lado dos sindicatos dos professores Brasil afora?

Não me refiro a lideranças localizadas ― um deputado aqui, um vereador acolá, mas a partidos enquanto estruturas inteiras, organizadas, completas, militantes unidos sob um mesmo manifesto e um mesmo programa, portanto sob temáticas concernentes ao que chamamos de esquerda.

Possivelmente, somente o PSTU e o PSOL, para citar dois dos mais conhecidos, têm um apoio direto a tais lutas. Talvez, o PCB e o PCO também, partidos sem maiores expressões. PT, PCdoB e PSB, como estruturas inteiras, esqueceram-se dessas lutas, havendo apenas de membros isolados fazerem parte mais diretamente. Quem questiona isso? Os professores? De onde, se aqui no Ceará, por exemplo, até hoje não tiveram coragem de abandonar algo como a APEOC? Claro, existe o Sindiute, mas é minoria.

Os principais partidos da esquerda brasileira, suas lideranças legislativas, fazem é vista grossa para tal situação. Veja-se, por exemplo, a Assembleia Legislativa do Estado do Ceará e os parlamentares desses partidos que, desprezando os professores, ficaram com Cid Gomes.

Na Bahia, o governador petista Jaques Wagner (PT) é mais um contra o piso salarial nacional, para horror de todas as pessoas que lutaram pelo PT anos a fio. Mas isso hoje é normal e Jaques, contrariando inclusive posição do governo federal, segue nesse caminho.

Como a luta dos professores se dá no campo das reivindicações históricas da pauta das esquerdas, há um silêncio sofrido (o “sofrido” é meu, pois não garanto emoção de seu ninguém). Há um silêncio em relação a essas contradições e esse silêncio não ajuda a reciclar os partidos que, em tese, estão com a classe trabalhadora. Será?

Não vejo nenhum professor de Russas tocar nessas incoerências todas. É como se elas não existissem no pensamento de tais profissionais. Isso é preocupante, pois é muito cabresto! Tanto se falou de Tasso e dos outros tucanos e hoje aí estão os companheiros lutando por aquários e outras desimportâncias.

Quanto à posição do governo federal em relação ao cumprimento da Lei do Piso, há algo sutil: a espera pelos governadores e prefeitos como se nada mais pudesse fazer. Será que Dilma Rousseff e o MEC nada mais podem fazer por uma das maiores categorias de trabalhadores do Brasil, sendo que o PT gastou a vida falando e implementando políticas de educação diferentes em suas prefeituras?

Acordem professores, pois essa situação só não é cômoda para vocês! No jogo do empurra-empurra, só vocês estão se dando mal. Cobre dos partidos de esquerda que hoje governam o Brasil posturas de esquerda mesmo, caso contrário eles não mais poderão ser legitimamente identificados com tal designação.

Quanto a federalizar a educação, a princípio é uma ideia atraente, mas essa situação, por si só, não seria garantia do cumprimento das melhorias. Da mesma forma que um prefeito é negligente ou irresponsável mesmo, o governo federal pode ser. O principal de verdade será quando a sociedade brasileira como um todo enxergar a educação como algo tão importante como o combate à corrupção e o acesso a uma cesta básica de qualidade.

Sobre os partidos de direita, o que dizer, se já buscamos os de esquerda pelo fato de não nos sentirmos representados em siglas conservadoras? Mas, hoje, dia a dia, cai mais e mais a diferença entre esquerda e direita.



Acesse: Tabela do CNTE e Conheça os governadores e prefeitos que são inimigos da educação.


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