quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

O QUE ACONTECEU COM O JOVEM DE HOJE?

RECOLOCO ESSE TEXTO QUE GOSTO MUITO PARA A APRECIAÇÃO DE VOCÊS. POR FAVOR CONTRIBUAM COM CRÍTICAS.



O que aconteceu com o jovem de hoje? Ele desatinou? Não conhece a banda, nem a Carolina, a Luisa, a Angélica muito menos a Beatriz. Pouco trata as pessoas com carinho e com afeto, nem lhes dá seu doce predileto. Não tem mais sonho de um carnaval, nem conhece a noite dos mascarados nem a história de Pedro Pedreiro, nem mesmo sabe quem trabalhou na construção desta roda viva, não imaginam o cio da terra. Também não sabe as maravilhas da morena dos olhos d’água. Quem te viu quem tevê, todo se achando, pensando que no ano-novo, por meio de um chorinho vai conhecer Januária, mas será apenas um retrato em branco e preto mesmo que faça bom tempo ou que um sabiá cante na sua janela.
            Pois é, apesar de você, toda gente humilde diz Deus lhe pague. E, olha a Maria, essa passou atrás da porta fazendo um partido alto ou um fado tropical. Ela na flor da idade bebendo desse cálice e gritando acorda amor, chamando Jorge Maravilha.
             Basta um dia meu caro amigo para as mulheres de Atenas perguntar. O que será? Olhando olhos nos olhos e cantando um samba para Vinicius, apreciando uma feijoada completa e dizendo maninha amanhã é primeiro de maio.
            A história da Geni e o Zepelim não passam de um folhetim, contada por algum pivete que trocando de conversa com a Rosa e dizendo Bye Bye Brasil, nos bastidores de uma linha de montagem conhece a Morena de Angola e diz eu te amo.
            Em outro momento alguém diz. Meu caro Barão, a voz do dono e o dono da voz contam a história de Lily Braum. Imagina se tantas palavras, isso que um tempo passou merecem mil perdões. E as cartas de mano a mano que anda pelas tabelas parecendo um suburbano coração? Será que vai passar? Isso me parece à volta do malandro ou palavra de mulher. E nesses anos dourados, as minhas meninas cantando no tororó o velho Francisco, com todo o sentimento, uma valsa brasileira, mesmo a mais bonita.
            A foto da capa mostra o futebol outra noite, quando de volta ao samba, os futuros amantes se deixam conhecer paratodos. E o piano da Mangueira toca leve, como um samba de adeus em um chão de esmeraldas, você, você.
            E a carioca Cecília, dizendo Iracema voou em sonhos, sonhos são às vezes uma canção inédita de um embebedado, um bolero blues. Talvez por que era ela, porque era eu, sempre, mesmo em outros sonhos.
            É uma audácia eu sei, mas usei títulos de músicas de Chico Buarque e de muitos de seus espetaculares parceiros, para construir este texto com muito ou pouco sentido, ou até nenhum como quiserem, o título é só um pretexto. É apenas uma homenagem a este fantástico brasileiro, que com certeza merecia alguém bem mais talentoso para homenageá-lo.

Professor José Waldemar M. Genro (Profº Fumaça Genro)
Diamantino, 10 de fevereiro de 2010

            

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