sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A Música Popular Brasileira em sala de aula-Cristiane de Oliveira Silva Madeira

Estarei colocando a disposição de todos a tese de Cristiane de Oliveira Sila Madeira sobre a Música Brasileira em Sala de aula que penso ser bastante importante para professores em especial de Língua Portuguesa, mas para todos de uma maneira geral. O texto é longo mas merece toda a atenção dos profissionais da Educação

Currículo da autora:
Formação acadêmica em Letras Inglês-Português, pós-graduada em Língua
Portuguesa e Literatura e em Metodologia do Ensino de 1º e 2º Graus, professora
estatutária de Língua Portuguesa e de Língua Inglesa.
E-mail:
cosmadeira@gmail.com
Resumo
O presente artigo aborda a música popular brasileira (MPB) como um veículo
deveras eficaz para atrair a atenção dos educandos para as aulas de Língua
Portuguesa, possibilitando-lhes reflexão, diálogo e interação. Um dos objetivos do
presente trabalho é levar nossa MPB até a sala de aula por meio de temas
instigantes, tais como a ditadura, a mulher na sociedade e a fome, informando,
discutindo questões sociais e ainda servindo como pretexto para a aprendizagem
descontraída de nossa língua nos diferentes contextos em que ela se apresenta. É,
também, a partir das temáticas apresentadas nas músicas, que há a possibilidade
de se explorar a comunicação oral e escrita dos alunos e enriquecer, sobretudo, a
visão do mundo em que vivem
A sala de aula constitui um grande desafio para qualquer professor na
atualidade. Levar o aluno à reflexão, possuir maior domínio da língua materna,
despertar sua criticidade são realmente processos complexos, que devem ser
encaminhados de forma agradável e produtiva.
Assim, como proposta de intervenção em sala de aula do Programa de
Desenvolvimento Educacional (PDE) do Estado do Paraná, escolhi a música
popular brasileira para desenvolver meu projeto numa 8ª série do Ensino
Fundamental, uma vez que acredito ser um gênero discursivo capaz de informar,
trazer questionamentos sobre nossa sociedade, além de facilitar o entendimento
lingüístico e despertar o interesse por diferentes gêneros textuais e pelo
conhecimento de nossa língua.
1. A Música
É muito difícil definir o que seja música. Inúmeros estudiosos e
pesquisadores têm investigado o significado da arte musical, chegando a
conclusões nem sempre unânimes.
A música pode ser considerada a arte mestra das artes: é um encantamento
para o espírito e uma doçura para os ouvidos; alegra os tristes e satisfaz os ávidos;
confunde os invejosos e reconforta os aflitos; faz cochilar os acordados e acordar
os adormecidos.
Pode-se dizer que a música, por estar tão estreitamente vinculada às
emoções e ao mundo pré-verbal, constitui uma linguagem privilegiada, através da
qual os seres humanos se comunicam entre si.
De fato, desde sempre vivemos num mundo essencialmente sonoro. Já
na vida pré-natal a audição supera largamente qualquer dos outros
sentidos. A voz da mãe direciona o mundo emocional do bebê, e o bater
do coração materno é o primeiro ritmo que vivemos intensamente. Claro
que, nos primeiros tempos de vida, não entendemos nem nos interessa o
significado das palavras. No entanto, conseguimos responder de forma
eficaz aos estímulos sonoros de que somos alvo, pois desde sempre
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somos sensíveis a variações sonoras. É crucial que consigamos entender
pequenas variações no humor da mãe, por exemplo. Assim sendo, não
respondemos ao conteúdo semântico do som, mas sim a vários
componentes como a intensidade, duração, ritmo, timbre e tom. Estes
estão mais próximos de uma comunicação pura do que o conteúdo
semântico das palavras, um código que foi construído pelo Homem em
cima da pureza do som. A origem da linguagem musical explica a sua
universalidade, a sua capacidade de atravessar barreiras lingüísticas. Não
temos dificuldades em perceber o sentimento de uma música
independentemente do seu estilo ou país de origem, quer nos seja familiar
ou não, pois toda a música preenche este requisito básico de focar ritmo e
princípios do ser humano que estão presentes ao nível mais primário.
(
http://naodigonada.blogspot.com)
A música é uma linguagem universal, mas com muitos dialetos, que variam
de cultura para cultura, envolvendo a maneira de tocar, de cantar e de organizar os
sons. Dessa forma, a linguagem musical torna-se única à medida em que ela
demonstra a cultura específica de cada povo. Essas diferentes expressividades,
suas dimensões sonoras, os domínios das culturas que ocorrem fora dos sons
musicais estão, mesmo que de forma sucinta, exemplificados a seguir:
O samba surgiu da mistura de estilos musicais de origem africana e
brasileira. É tocado com instrumentos de percussão (tambores, surdos) e
acompanhado por violão e cavaquinho. Geralmente, as letras de sambas contam a
vida e o cotidiano de quem mora nas cidades, com destaque para as populações
pobres. O termo samba é de origem africana e tem seu significado ligado às danças
típicas tribais do continente.
As raízes do samba foram fincadas em solo brasileiro na época do Brasil
Colonial, com a chegada da mão-de-obra escrava em nosso país.
Tempos depois, tomou as ruas e espalhou-se pelos carnavais do Brasil.
Brasil – Samba
A palavra fado vem do latim
teria surgido provavelmente na primeira metade do século XIX.
É um estilo musical, geralmente cantado por uma só pessoa (fadista) e
acompanhado por guitarra clássica (nos meios fadistas denominada viola) e
guitarra portuguesa.
Fado – Portugalfatum, ou seja, “destino”. De origem obscura,
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Uma explicação popular para a origem do fado de Lisboa remete para os
cânticos Mouros, que permaneceram no bairro de Mouraria, na cidade de Lisboa
após a reconquista Cristã. A dolência e a melancolia, tão comuns no fado, teriam
sido herdadas daqueles cantos.
Mais plausivelmente, a origem do fado parece despontar da imensa
popularidade nos séculos XVIII e XIX da Modinha e da sua síntese popular com
outros gêneros afins, como o Lundu, no então rico caldo de culturas presentes em
Lisboa.
Os temas mais cantados nesse tipo de melodia são a saudade, a nostalgia, o
ciúme, as pequenas histórias do cotidiano dos bairros e as lides de touros.
O reggae é um estilo de música, da década de 60, do século XX. O nome
reggae surgiu por causa do som que faz na guitarra. O “re” seria o movimento para
baixo e o “gae” o movimento para cima.
Trata de vários assuntos, como o amor, o sexo e principalmente a crítica social,
cantando a desigualdade, o preconceito, a fome e incentivando o povo a se
mobilizar contra seus problemas.
Reggae – Jamaica
Originariamente, o tango nasceu no final do século XIX, de uma mistura de
vários ritmos provenientes dos subúrbios de Buenos Aires.
A melodia provinha de flauta, violino e violão, sendo que a flauta foi
posteriormente substituída pelo “bandoneón” (espécie de sanfona). Os imigrantes
acrescentaram ainda todo o seu ar nostálgico e melancólico e, desse modo, o tango
foi se desenvolvendo e adquirindo um sabor único, uma vez que é o ritmo dos
corpos entrelaçados e do desejo.
Hoje em dia, o tango vive não como fenômeno de massas que o engendrou,
mas como elemento identificatório da alma portenha.
São exemplos de países e sua música que, de alguma maneira, apesar de
suas modalidades regionais, de suas marcas próprias, de seu modo particular de
cantar conseguiram transcender seus limites locais e revelaram a universalidade da
linguagem musical.
Tango _ Argentina
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2. A Música e a Sociedade
Desde o Egito Antigo encontramos registros musicais. Para os egípcios, a
música estava relacionada ao culto de divindades. Já para os chineses, ao invés da
sua utilização para fins rituais, ela tinha como finalidade a influência na formação
ética do indivíduo, em especial do caráter (Beyer, 1993). Portanto, mesmo nessas
épocas remotas, a música já possuía importante função social. Acreditava-se em
seu poder na inserção do indivíduo a sua cultura.
Percebe-se, então, que o contato com a arte musical foi valorizado nas mais
variadas culturas a fim de retratá-las e valorizá-las.
Um exemplo típico mais recente de música como uma forma de retrato social
esteve presente no período de ditadura militar no Brasil, uma época de repressão e
resistência. Muitos compositores brasileiros daquela época utilizaram essa forma
artística como meio de tornar públicas suas discordâncias políticas e sociais. Com
o golpe militar de 1964, a subida dos militares ao poder e a conseqüente
instauração da censura, muitos artistas que continuaram explicitando através de
suas canções idéias que contrariavam o regime foram perseguidos. Exemplo
bastante conhecido disso podemos ver em Geraldo Vandré e sua música “Pra não
dizer que não falei de flores”, na qual questiona os valores considerados
importantes pelos militares, como a disciplina e a obediência, e prega outros, como
a igualdade entre as pessoas.
Por mais que o tempo passe, a música sempre servirá como relevante
instrumento de denúncia social e estará presente nos momentos mais importantes
da vida de uma pessoa: formaturas, solenidades, aniversários, batizados,
comemorações. Continuaremos ouvindo música de fundo em salas de espera, em
aeroportos, em carros, em lojas e até mesmo em ambientes de trabalho.
Apreciar música implica em trazer à tona nossa sensibilidade, encantamento,
alegrias e tristezas, pois as pessoas cantam, dançam ou mesmo escutam-na como
uma forma de identificação, desabafo ou espanto de seus males.
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3. A Música Popular Brasileira
Todo povo tem sua história musical. A nossa é muito rica, pois a música
popular se desenvolveu sob a influência das três raças – a negra, a branca e a
indígena - , que, ao interagirem, criaram novos paradigmas musicais.
Segundo definição proposta pela representação brasileira ao Congresso
Internacional de Folclore reunido em São Paulo, em 1954, Música Popular
Brasileira “é a que, sendo composta por autor conhecido, se difunde e é usada,
com maior ou menor amplitude, por todas as camadas de uma coletividade”.
Acrescenta a definição, de autoria de Oneyda Alvarenga: ”... essa música usa os
recursos mais simples, ou mesmo rudimentares, da teoria e técnica musicais
cultas”.
O cancioneiro popular tem o seu nascimento, difusão e uso geralmente
condicionados às modas, tanto nacionais quanto internacionais. É por isso que
revela, ao mesmo tempo, um grau de permeabilidade e mobilidade que a tornam
campo permanentemente aberto às mais variadas influências. Possui um certo
lastro de acordo com as tendências musicais mais espontâneas, profundas e
características da coletividade, o que lhe confere a capacidade virtual de folclorizarse.
Resulta de intenso processo de miscigenação, de mistura, apresentando, dessa
forma, muita riqueza cultural e permitindo reflexão sobre as diversidades e
problemas sociais existentes em nosso país.
4. A música e a criança
A receptividade à música é um fenômeno corporal.
Ao nascer, a criança entra em contato com o universo sonoro que a cerca:
sons produzidos pelos seres vivos e pelos objetos. Sua relação com a música é
imediata, através do acalanto da mãe e do canto de outras pessoas, ou ainda
através dos aparelhos sonoros de sua casa.
As crianças gostam de acompanhar as músicas com movimentos do corpo,
tais como palmas, sapateados, danças, volteios de cabeça. É a partir dessa relação
entre o gesto e o som que a criança constrói seu conhecimento sobre música,
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percorrendo o mesmo caminho do homem primitivo na exploração e na descoberta
dos sons.
Ao entrar em contato com os objetos, ela rapidamente começa a interagir
com o mundo sonoro, que é o embrião da música, e, nessa medida, qualquer objeto
que produz ruído torna-se para ela um instrumento musical capaz de prender sua
atenção por muito tempo.
Música é linguagem. Assim, deve-se seguir, em relação à música, o mesmo
processo de desenvolvimento que se adota quanto à linguagem falada, ou seja,
deve-se expor a criança à linguagem musical e dialogar com ela sobre e por meio
da música. Ao adulto caberá compreender em que medida a música constitui uma
possibilidade expressiva privilegiada para a criança, uma vez que atinge
diretamente sua sensibilidade afetiva e sensorial.
5. A música em sala de aula
O papel que queremos que nossos educandos venham a assumir na
sociedade está diretamente vinculado ao tipo de educação que oferecemos.
Alunos desinteressados, com pouca concentração e baixo
comprometimento, que apresentam superficialidade em suas relações com o
ensino-aprendizagem precisam ser incitados a experimentar novas formas de
apreensão, proporcionando maior abertura para o diálogo, aliando experiências e
vivências com as possibilidades do encontro com o novo.
E a música pode contribuir para que esses alunos interajam com seu mundo
e com seus semelhantes, expressando seus sentimentos e demonstrando a forma
como percebem nossa sociedade.
A canção popular é uma espécie de êxtase verbal a partir da qual se pode
assumir o prazer da diversão com as palavras, com os sons, com as assonâncias,
consonâncias, dissonâncias e com as rimas. É a linguagem em liberdade.
É algo que se compreende (ou que se intui) facilmente e que se retém na
memória.
Cabe ao educador planejar atividades que envolvam músicas de diferentes
épocas, de diferentes formas, de diferentes compositores, a fim de tornar seu
trabalho criativo, despertando a motivação dos educandos, imaginando
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possibilidades de aprendizado relacionadas com a descoberta e com a criação de
novas formas de expressão através da música.
Assim, levar música até as aulas de Língua Portuguesa, proporciona aos
alunos a chance de interagir com diversas variantes sem atitude preconceituosa,
oportunizando discussão das diferenças culturais a partir dos usos lingüísticos de
nossa MPB. Segundo Silva (2004) “Trabalhar com textos de tipologia diversa e
produzidos por diferentes setores da cultura nacional significa, em última análise,
dar ao aluno meios e instrumentos para uma leitura plural do mundo.”
Partindo da música, possibilita-se a aquisição do domínio da norma
gramatical, a riqueza lexical e a compreensão de textos, além do desenvolvimento
da competência para a escolha das palavras na produção textual.
Há também um maior desenvolvimento da argumentação e criticidade, o que
leva nossos educandos a atingirem uma das mais relevantes metas do ensino
atualmente, que é a melhor compreensão de nossa sociedade a fim de nela
atuarem positivamente.
6. A música nos livros didáticos
Na década de 90 do século XX, observou-se uma grande mudança na
estrutura de alguns livros didáticos de Língua Portuguesa, que deixaram de
obedecer à estrutura - textos, gramática e redação para trazer gramática e redação
contextualizadas. Nesse processo, as músicas foram aparecendo gradativamente.
Como exemplo, podemos citar o livro “Interação e Transformação”, de
Cleuza Vilas Boas Bourgogne e Lílian Santos Silva, da 8ª série, Editora do Brasil, o
qual apresenta as seguintes músicas: “Miséria”; “Comida”; ”Brasil”; “Baioque”; “Asa
Branca”; “Ideologia”. Seu intuito é “dinamizar as ações educacionais e melhorar as
interações professor, aluno e objeto do conhecimento” (SILVA, BERTOLIN e
OLIVEIRA,1999, p.3). Muitas dessas músicas são usadas para o ensino de
Literatura na 8ª série, já que estão repletas de figuras de linguagem. Além de
enriquecerem os temas propostos nos capítulos, as canções aparecem como
incentivo para a interpretação de texto, estudo gramatical e literário, para reflexões
de problemas sociais (desigualdade social, discriminação, preconceito).
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Numa postura teórica, Bakhtin (2000) defende a língua como atividade
social, histórica e cognitiva, como instrumento de ação e intervenção sobre o
mundo, e não apenas como forma de representação e descrição desse mundo.
Positivamente, nossos livros estão cada vez mais ampliando sua qualidade
(apesar de ainda restarem alguns convivendo com práticas tradicionais, repetitivas,
sem qualquer oportunidade de despertarem criticidade e criatividade). Felizmente a
maioria deles vêm se adaptando à idéia de um ensino mais significativo ao aluno,
que dê margem à discussão de temas cotidianos, exercitando a autonomia dos
educadores e educandos.
7. A música como gênero discursivo
Toda canção é um gênero discursivo, que é uma forma de enunciado
produzido historicamente e realizado de maneira diversa mediante o interesse,
intencionalidade e finalidade do ser humano. Assim, atua como instrumento
dinâmico de ação criativa fundamental para a socialização, pois por meio dele os
indivíduos se inserem nas mais diversas atividades comunicativas e se capacitam a
interagir com o mundo.
Como gênero discursivo lítero-musical, produto do domínio artístico, a
canção é um gênero híbrido, resultante da combinação das linguagens verbal (a
letra) e musical (ritmo e melodia). Mesmo sendo sonoro o seu meio de produção e
veiculação, muitas vezes as letras materializam-se na escrita, o que facilita a sua
percepção.
Ela possui regularidades – geralmente apresenta-se em forma de poesia,
pois estrutura-se em estrofes com versos, possui métrica (muitas vezes regular),
figuras de linguagem, rimas; explora a sonoridade, o ritmo, e evoca o lirismo, com a
enunciação de sentimentos subjetivos, mas pode também apresentar-se como uma
narrativa, contando uma história ou fato.
A vivência das situações de comunicação e o contato com os diferentes
gêneros que surgem na vida cotidiana exercitam a competência lingüística do
falante/ouvinte produtor de enunciados, que sempre busca entender e ser
entendido.
A conexão entre o texto e a prática social é vista como mediada pela
prática discursiva: de um lado, os processos de produção e interpretação
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são formados pela natureza da prática social, ajudando também a formála
e, por outro lado, o processo de produção forma (e deixa vestígios) no
texto, e o processo interpretativo opera sobre pistas no texto. (Fairclough,
2001, p. 35-36)
A música configura-se como um discurso que interage com textos de outras
ordens discursivas (intertextualidade), chegando ao emissor e influenciando-o na
produção de seus próprios discursos.
Tal qual gênero do discurso apresenta-se como um elemento capaz de
informar, expor ou explicitar as ações humanas, suas histórias, existências,
angústias e necessidades.
Possui também implícita e explicitamente o questionamento sobre valores
comuns a toda a humanidade, os quais devem ser trabalhados através da prática
em sala de aula , objetivando a ampliação da criticidade dos alunos a partir de cada
uma das temáticas abordadas.
8. Proposta de Implementação na Escola
O Projeto Folhas, aplicado em uma 8ª série do Ensino Fundamental, versou
sobre o tema “A música popular brasileira e sua função social” e objetivou levar o
aluno a ampliar sua capacidade de reflexão e interpretação de texto; desenvolver o
espírito de mobilização e participação social; adquirir maior fluência oral e escrita e
ser capaz de produzir diferentes gêneros textuais.
Os recursos utilizados foram letras ou trechos de músicas de nossa MPB.,
aparelho de som, conversação, debate e, como atividades escritas, interpretação,
análise lingüística, proposta de pesquisa acerca dos temas apresentados (ditadura,
a mulher na sociedade e fome), além de diferentes produções textuais.
O projeto foi viabilizado de maneira descontraída e interativa, buscando levar
os educandos a interessarem-se mais pelas aulas de Língua Portuguesa e, dessa
forma, atingirem um melhor desempenho nesta disciplina.
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9. Considerações Finais
Visando despertar o interesse e melhorar a aprendizagem nas aulas de
Língua Portuguesa, o projeto desenvolvido sobre música popular brasileira foi
bastante satisfatório, uma vez que se constatou maior interesse e participação por
parte dos alunos.
De maneira simples e interativa, eles engajaram-se nas discussões
propostas (uns de forma mais veemente; outros de maneira mais sutil) e a maioria
atingiu o objetivo de ampliar conhecimentos sobre a língua materna e nossa
sociedade.
Houve muitos debates, comentários, questionamentos, argumentos, até
chegarmos aos estudos lingüísticos e produções textuais.
Percebeu-se bastante curiosidade por parte dos alunos sobre o tema
“Ditadura Militar”, pois a maior parte deles engajou-se em pesquisas e entrevistas
com pessoas que viveram na época e houve inúmeras oportunidades de
questionamentos e debates acerca do assunto em sala de aula.
Quanto ao tema ”A mulher na sociedade”, a participação foi maior que a
esperada, uma vez que todos os alunos discutiram e argumentaram suas idéias
(muitas vezes as alunas compartilhando visões bastante machistas), causando
polêmica, mas criando um clima de bastante interação e valiosas trocas de idéias.
O tema “Fome” também foi muito discutido, levando todos a perceberem
nosso grande abismo social e fazendo com que muitos alunos apresentassem
propostas para um país mais igualitário.
Dessa forma, acredito que o projeto tornou-se bastante produtivo e viável em
relação aos objetivos propostos.
O Cancioneiro Popular Brasileiro pode servir de inspiração para novos
projetos que tenham como base a MPB. A temática é ampla e, com certeza, há
inúmeros tópicos que podem servir de exercício escolar para que os alunos
possam, através da música, perceber e entender as diferentes percepções do
mundo presentes nas nossas canções.
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9. Referências
BAKHTIN, Mikhail.
BEYER, Esther.
BOURGOGNE, Cleuza Vilas Boas; SILVA, Lilian Santos.
Transformação
CANTELE, Bruna Renata; LEONARDI, Ângela Cantele.
São Paulo: IBEP, 1999.
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18/11/2008)
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FAIRCLOUGH, Norman.
JEANDOT, Nicole.
Scipione, 1993.
LOUREIRO, Alícia Maria Almeida.
Campinas, São Paulo: Papirus, 2003.
MARIZ, Vasco.
SILVA, A. S.; BERTOLIN, R.; OLIVEIRA, T.A.
Novo Tempo. São Paulo: IBEP,1999.
VANOYE, Francis.
Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1997.Idéias para a educação musical. Porto Alegre: Mediação, 1999.Interação e; Língua Portuguesa, 8ª série. São Paulo: Editora do Brasil, 1996.Arte: linguagem visual.http://naodigonada.blogspot.com. (acessado em 23/07/2008)http://www. Mibsasquerido.com.ar/Tango1.htm (acessado emhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Reggae (acessado em 18/11/2008)http://pt.wikipedia.org/wiki/Reggae (acessado em 18/11/2008)http://www.suapesquisa.com/samba/ (acessado em 18/11/2008)Discurso e mudança social. Brasília: UNB, 2001.Explorando o universo da música. São Paulo: EditoraO ensino da música na escola fundamental.A canção brasileira. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1977.Tecendo textos. 8ª série. ColeçãoUsos da linguagem . São Paulo: Martins Fontes, 2003..
Introdução
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