Não tocam uma ova, à rádio Parecis 690 AM através do PROGRAMA MÚSICA PURA aos sábados das 17h00min às 19h00min todo e muito os dois.
O compositor, produtor musical, escritor e jornalista Nelson Motta conhece muito bem os caminhos da melhor música brasileira (e estrangeira também). Certa vez, em entrevista na TV, disse: “posso produzir qualquer artista da música, pois consegui produzir Raul Seixas, Tim Maia e Lulu Santos”, artistas “geniosos” e “difíceis”, completo eu.
Nelson também falou sobre seus amigos dos Estados Unidos adorarem a Bossa Nova e Chico Buarque. E esses amigos pertencem ao mundo da música, das gravadoras, sendo amantes apaixonados por música boa.
Tempos depois, relatou Nelson Motta, parte desses amigos aprendeu a língua portuguesa com o objetivo de entender as letras, no que ficaram num extremo fascínio em relação ao Chico Buarque, que já admiravam bastante. Relatavam o espanto com a genialidade de Chico no casamento perfeito entre letra e melodia, além dos outros elementos da música.
Agora, responda aí, leitor: por que as nossas rádios não tocam as músicas de Chico Buarque de Hollanda, se até o crème de la crème da terra do Tio Sam é capaz de reconhecer e reverenciar a sua genialidade?!
Certo é que nos últimos anos Chico dedicou-se mais à literatura, escrevendo livros de sucesso, causando até certas polêmicas. Mas, antes de tudo, é um artista da música brasileira que tem uma obra pronta há décadas, um trabalho muito sofisticado e, simultaneamente, popular na medida em que a música da base de suas composições advém das produções do povo brasileiro, havendo também de suas letras retratarem muitas situações comuns à vida de todos nós.
Não vou nem citar alguma em especial, pois gosto de praticamente tudo que já ouvi de Chico Buarque. Lamento seu valor no meio radiofônico brasileiro ser abaixo de um Leonardo. Por quê?! Que há com o Brasil? Que há conosco?
FERNANDA TAKAI: BELEZA QUE NOSSAS RÁDIOS NÃO TOCAM
O mestre do Jazz Miles Davis sentenciou: “só existem dois tipos de música: a boa e a ruim”. E certamente a mineirinha Fernanda Takai faz música boa, concluo eu depois de ouvi-la muitas vezes. Infelizmente, não em nossas rádios, que estas estão sempre muito ocupadas com sertanejo universitário e coisas afins.
Fernanda Takai faz parte da banda Pato Fu, também mineira, fundada em 1992, em Belo Horizonte. Conforme a Wikipedia:
“Ao lado de bandas como Radiohead, U2 e Portishead, foi considerada pela revista Time uma das dez melhores bandas do mundo fora dos Estados Unidos. Composta atualmente por Fernanda Takai, John Ulhoa, Ricardo Koctus, Xande Tamietti e Lulu Camargo, a banda possui um som que vai do rock alternativo à música experimental, incluindo influências eletrônicas em certas faixas. Entre as músicas que a banda gravou mais famosas estão "Sobre O Tempo", "Antes Que Seja Tarde", "Depois", "Perdendo Dentes", "Made in Japan" e "Ando Meio Desligado" (regravação d'Os Mutantes). O grupo também é conhecido por ter lançado, em 2010, um disco tocado somente com instrumentos de brinquedo, com o qual conquistou o Disco de Ouro, em 2011, pelo selo independente.”.
Da banda, ressalto o trabalho de nome Música de Brinquedo, uma criativa e divertida experiência. Mas todo o trabalho da banda é de louvor.
Bom, Fernanda Takai tem seu trabalho solo, canções muito bonitas, bem elaboradas, sobretudo bem interpretadas. A título de experiência (degustação), indico “Você já me esqueceu” e “Insensatez”, mas o ouvinte amigo da boa música há de ainda querer ouvir na voz dessa suave moça “Ordinary World” (Duran Duran) e até “Sinhá Pureza” (do Pinduca), pois Fernanda regravou essas Na internet é fácil encontrar tudo isso. O que falta é nossas rádios descobrirem o óbvio: a beleza é um bom caminho a se trilhar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário