sábado, 31 de março de 2012

PENSO QUE O RESPEITO A TODAS AS CRENÇAS SEJAM ELAS QUAIS FOREM, DESDE QUE BASEADO NO VERDADEIRO AMOR A DEUS É POSSÍVEL E REALIZÁVEL. GOSTEI MUITO DO TEXTO ABAIXO E POR ESSE MOTIVO COLOCO NO BLOG PARA QUE TODOS LEIAM E ENTENDAM QUE NEM TODOS PENSAM DA MESMA MANEIRA .

Créditos: Blog Devaneios Cristãos
Créditos: Blog Devaneios Cristãos
Seja você de que religião for, ou seja, ateu, ou simplesmente agnóstico, esteja convidado há refletir um pouco sobre algumas ideias. A imagem pertence ao blog citado na legenda.
Diante dos acontecimentos envolvendo o apóstolo Valdemiro Santiago (Igreja Mundial), houve uma reação da população brasileira em relação a igrejas evangélicas, de modo geral. Nisso, qualquer evangélico, desde que se sinta atingido ou simplesmente queira esclarecer algo, pode utilizar da palavra, de argumentos, etc. É o caso do criador da imagem acima, senhor Dirlei Souza, que advoga em defesa do que chama de “verdadeiros evangélicos”.
Observando a imagem, pergunto:

1 - Que igrejas são e quais não são sérias?
2 – O que significa exatamente esse “sérias”?
3 – Se evangélicos amam homossexuais, por que não se manifestam quando ocorre o homicídio de algum?
4 – Aqui em Russas, quantos evangélicos já vieram a público e disseram “sou a favor da aprovação do PL 122”?
Matéria do portal Terra, em 27 de fevereiro deste ano, dá conta de que o deputado federal João Campos (PSDB-GO), líder da bancada evangélica na Câmara Federal, ensejou projeto de Decreto Legislativo visando a que os psicólogos brasileiros passassem a atuar de modo diferente em relação à orientação sexual de seus pacientes. Na essência, o parlamentar gostaria que os psicólogos brasileiros incluíssem em suas terapêuticas a cura para os casos de homossexualidade, quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) não reconhece a situação como patológica. E o que não é doença não precisa de cura!
O deputado acredita que psicólogos são capazes de milagres, ou seja, de transformar um homossexual em heterossexual, como se fosse uma escolha. Para tanto ― recurso utilizado muitas vezes por homofóbicos de todos os matizes ―, qualifica a essência do indivíduo como patológica, o que é dizer danosa, no mínimo, ao próprio indivíduo.
Perguntas: os evangélicos amam mesmo os homossexuais? E onde estavam quando o seu líder na Câmara Federal fez essa proposta? Por que em vez de gastar o dinheiro do contribuinte dando esse tipo de mau exemplo, o deputado não cuida de proteger a população da ação dos Valdemiro Santiago da vida?
            Todos sabem, por exemplo, que o pastor Silas Malafaia, uma das principais lideranças evangélicas do Brasil, detesta homossexuais, reduzindo tudo ao raso aspecto biológico: “Deus fez macho e fêmea”. Ele é seguido por muitos outros que, baseados em reducionismos científicos e fundamentalismo religioso, se veem na obrigação de atacar a dignidade de homossexuais e transgêneros. Se assim ocorre, onde estão os evangélicos que amam os homossexuais para discordar das barbaridades do pastor Silas Malafaia?
Não estou discordando do rapaz do blog supracitado, o senhor Dirlei Souza, que por sinal foi muito corajoso em fazer tal divulgação. O que vejo é que isso não é uma verdade geral no mundo evangélico, especificamente. Nem do mundo cristão, como um todo.
A cisão entre a cristandade e os homoafetivos é profunda e séria, merece uma apreciação mais sincera, até porque é uma das temáticas que tem servido de ponto de chantagem no jogo político, como ocorreu em 2010, por ocasião da campanha presidencial, onde o tucano José Serra achou de introduzir esse tipo de ideia porque sabe que a massa se enerva diante do assunto. Do mesmo modo explorou o assunto do aborto, isso na tentativa de queimar a candidatura de Dilma Rousseff.
Esses temas que hoje passam de modo mais forte e inevitavelmente pela ótica das igrejas, especialmente de líderes religiosos a fim de obter vantagens político-eleitoreiro, são, na maioria das vezes, distorcidos em sua essência. Assim ocorre com as pessoas que citam a homossexualidade e em seguida ligam o assunto à pedofilia, o que é muito sério, pois é insinuação ou afirmação de que a homossexualidade é pré-condição de pedofilia!
O fundamentalismo religioso está no meio de todas essas discussões. Como a maioria das pessoas tem medo de expressar opiniões impopulares, o silêncio reina. Mas nós não precisamos ser homossexuais para levar a sério o que hoje acontece no Brasil a partir da ação de grupos religiosos. Precisamos nos posicionar e demarcar, deixar claro que o fato do indivíduo citar a Bíblia para justificar pensamentos imbecis ou barbaridades não é lei.
Existem, sim, igrejas cristãs que mesmo com todas as suas limitações realizam muitos trabalhos junto a comunidades, prestando diversos serviços, o que é imensamente louvável. E dentre essas há igrejas evangélicas, claro. Porém, sobre essas temáticas mais delicadas, é preciso quebrar os tabus e avançar no debate.
Não sou homossexual, portanto não advogo em causa própria. Mas sou humano, brasileiro, pertencente a uma sociedade de matiz democrático e onde o Estado é laico. Sobretudo, prezo minha educação onde o saber científico é parte constituinte. E se outros temem o fundamentalismo, a ignorância e a hipocrisia de parte da cristandade, eu vou à linha de frente contra essa ordem de coisas.
Sou a favor de uma sociedade inteligente e moderna, onde a religião seja instrumento de esclarecimento, inclusão e amor ao próximo.

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