sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Professores recusam proposta e mantêm greve; 450 mil alunos continuam sem aulas Welington Sabino, repórter do GD

A proposta apresentada pelo governo de Mato Grosso, de reajuste parcelado em 10 anos para os professores da rede estadual de ensino foi recusada pela categoria durante assembléia-geral na tarde desta sexta-feira (20). A decisão foi unânime entre os cerca de 1,5 mil trabalhadores que estiveram reunidos na Escola Estadual Presidente Médici e assim, a paralisação iniciada no dia 12 de agosto segue sem previsão de ser encerrada.
Cerca de 450 mil alunos vão continuar sem aulas e terão que repor parte do ano letivo de 2013 no começo de 2014. A greve atinge mais de 90% dos 38 mil servidores da pasta e também as 744 escolas da rede estadual.
Os servidores não aceitaram receber o reajuste parcelado com previsão de só chegar, em 2023, próximo ao valor pleiteado pelo categoria que quer dobrar o poder de compra dos salários em no máximo 7 anos, o que seria até o ano de 2020. O reajuste reivindicado pelos professores é de 10,41% acima da inflação, tanto para este ano, quanto para 2014.
Mas a proposta apresentada pelo governo na última quarta-feira (18), não coincidiu com as reivindicações. Foi oferecido reajuste de 5% em ganho real para 2014, outros 6% de aumento para 2015 e 7% para o ano de 2016. Seguindo com a promessa de dobrar o poder de compra dos servidores num prazo de 10 anos, o governo ofertou reajuste de 7,69% entre os anos de 2017 e 2023.
Agora, a queda de braço entre os professores grevistas e o governo deve ficar mais acirrada nos próximos dias. Os sindicalistas prometem seguir com o calendário de mobilização e endurecer as críticas ao governo.
Por outro lado, o governador Silval Barbosa (PMDB) já afirmou que está em seu limite e apresentou a proposta com reajuste máximo que consegue oferecer aos professores, sem comprometer orçamentos futuros e para conseguir honrar com os compromissos financeiros perante a categoria, entre eles, o pagamento dos salários em dia.

Dessa forma, não está descartada a hipótese de que o governo volte a acionar a Justiça para tentar fazer valer uma decisão que já declarou a greve como "abusiva" e mandou os professores voltarem ao trabalho com efetivo suficente para garantir as atividades educacionais. A ordem judicial não foi acatada pelo Sintep, apesar da multa diária de R$ 23,7 mil fixada pelo desembargador Marcos Machado, que deferiu a liminar favorável ao estado  no dia 10 de setembro. Assessoria Jurídica do sindicato já recorreu para tentar cassar a liminar, mas até o momento não há informação se o recurso já foi julgado.

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