sábado, 11 de dezembro de 2010

UMA BREVE HISTÓRIA DO RÁDIO

Continuo aqui a publicar o artigo que fala de Rádio Comunitária aqui uma breve história do rádio. Repito que a intenção destas publicações e tentar fazer com que as pessoas conheçam como é como funciona e como deve ser este tipo de veículo e mais ainda qual é verdadeira função de uma Rádio Comunitária.



UMA BREVE HISTÓRIA



De um modo geral, a invenção do rádio é creditada ao físico italiano Guglielmo Marconi, que em 1896 conseguiu realizar a primeira transmissão confirmada de ondas sem uso de fio a uma distância de aproximadamente três quilômetros. Mas há controvérsias quanto ao assunto. Entre 1893 e 1894, o padre gaúcho Roberto Landell de Moura, conhecido como Padre Cientista, já havia realizado experiências do tipo. Conforme relata o Jornal do Commercio de 10 de junho de 1900, Landell de Moura teria feito uma apresentação pública de suas experiências com transmissões sem fios a uma distância aproximada de 8 km em linha reta, em um lugar conhecido como Alto de Santana, em São Paulo. O ato foi presenciado por autoridades brasileiras e britânicas. O padre chegou a patentear seus inventos no Brasil e nos Estados Unidos.
No ano de 1904, o Patent Office de Washington concedeu-lhe patentes para um transmissor de ondas (771917), um telefone sem fio (775337) e um telégrafo sem fio (775846). No entanto, Marconi consta como inventor do rádio por ter registrado o primeiro transmissor de sinais à distância.
A primeira emissora de rádio a operar com licença comercial foi a KDKA, nos Estados Unidos, na cidade de Pittsburgh, em 1920. Era a concretização de um processo Para saber mais, ver matéria de Ethevaldo Siqueira para o Estado de São Paulo de 28 de dezembro de2008 em que começou no século dezenove, a partir da industrialização e do crescimento das relações comerciais. A sociedade da época já contava com soluções como o telégrafo sem fios e o rádio como meio de comunicação bidirecional, usados para trocar mensagens entre dois sujeitos afastados fisicamente. Foi David Sarnoff, um russo radicado nos Estados Unidos, que lançou a idéia de transformar o rádio em um meio de comunicação massiva, em carta à empresa Marconi Company, posteriormente transformada na Radio Corporation of America (RCA). A idéia de Sarnoff não foi inicialmente bem recebida. Coube à Westinghouse Electric Company, a partir de experiências de transmissão do engenheiro Frank Conrad, impulsionar a idéia de Sarnoff. Conrad introduziu os principais conceitos de radiodifusão a partir das transmissões experimentais realizadas de sua garagem, em Wilkinsburg, no estado norte-americano da Pensilvânia: as idéias de estação, público, programas e anúncios. Atento à popularidade da experiência de Conrad refletida na venda de aparelhos receptores, o então vice-presidente da Westinghouse, Harry P. Davis, convenceu a empresa a criar a KDKA. No Brasil, o marco inicial da transmissão radiofônica ocorre em setembro de 1922,com a transmissão de discursos do presidente Epitácio Pessoa e trechos da ópera O Guarani de Carlos Gomes, durante a exposição comemorativa do centenário da Independência,no Rio de Janeiro. No ano seguinte, o rádio iniciaria sua trajetória no país com o Rafael Costa instalação da primeira emissora brasileira, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, fundada
por Edgard Roquette-Pinto, um idealista, defensor da necessidade de transmitir educação e cultura aos brasileiros espalhados por todas as regiões do país. Era uma rádio de caráter cultural/educativo, cujo slogan manifestava suas intenções: “Trabalhar pela cultura dos que vivem em nossa terra e pelo progresso do Brasil”.
Na década de 1920, o rádio brasileiro caracterizou-se pela produção de programas simples, informativos e musicais, resultado da falta de investimentos no setor. Mas nos anos de 1930, o rádio recebeu autorização oficial para veiculação de anúncios, através do Decreto n° 21.111, de 1° de março de 1932. Empresas começaram a patrocinar as radio novelas, programas de auditórios, musicais e humorísticos. Paralelamente, a audiência do rádio começou a crescer motivada pelo barateamento do custo dos aparelhos receptores. Este cenário vai desembocar na chamada época de ouro da rádio, que iniciasse nos anos de 1940 e prolonga-se até metade dos anos de 1950. A publicidade também influiu diretamente na introdução do jornalismo radiofônico no Brasil, em especial durante a Segunda Guerra Mundial. Em agosto de 1941, a Rádio Nacional do Rio de Janeiro e a Record, em São Paulo, transmitiram a primeira edição do Repórter Esso, patrocinado pela multinacional Esso/Standard Oil, a Esso Brasileira de Petróleo. Posteriormente o noticiário estendeu-se para Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Pernambuco, nas Rádios Farroupilha, Inconfidência e Jornal do Comércio respectivamente. Com uma fórmula importada dos Estados Unidos (United Press International), o informativo, que permaneceu no ar durante27 anos, introduziu no Brasil um modelo de noticiário ágil e estruturado, linear, direto, corrido e sem adjetivações, que se tornou sinônimo de credibilidade e abrangência. Tanto que, quando a Rádio Tupi, no Rio de Janeiro, noticiou o fim da Segunda Guerra, antecipando-se ao Repórter Esso, ninguém acreditou tamanho era o prestígio do programa.
A partir da metade dos anos de 1960, o rádio começa a registrar uma queda de audiência decorrente da popularização da televisão. A diminuição das verbas publicitárias, a repetição dos mesmos tipos de programas e a transferência de profissionais para a televisão está entre as principais causas para a decadência do veículo. O rádio, então, passa a produzir uma maior variedade de programas musicais, de notícias e esportivos, e acaba superando a necessidade de contar com grandes astros populares. O surgimento do transistor também traria um novo fôlego ao rádio, individualizando a audiência e possibilitando o fácil transporte do aparelho receptor.
Assim, o rádio passa a acompanhar o ouvinte. Nos estádios de futebol, passa a ser um companheiro quase inseparável. Com a crescente massificação dos automóveis e dos transportes coletivos, torna-se um importante meio de comunicação durante os trajetos, assumindo definitivamente algumas de suas características mais marcantes, como a prestação de serviços e a utilidade pública em tempo real. Para saber mais, ver o livro Rádio: o veículo, a história e a técnica, de Luiz Artur Ferrareto.

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