quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

UMA RÁDIO COMUNITÁRIA

O texto que coloco neste blog faz parte de um trabalho de Ilza Girardi e Rodrigo Jacobus (0organizadores) “PARA FAZER RÁDIO COMUNITÁRIA Com C MAIÚSCULO”. E um trabalho extenso que vou ir postando em partes, nem sempre em ordem, só tentando o cuidado para não mudar o pensamento dos autores. Caso eu emita uma opinião vou logicamente salientar ser aminha opinião a não dos autores.
O porquê deste texto? É para que venhamos todos a ter o conhecimento do que é uma Rádio Comunitária. Para que saibamos como ela funciona, como ela pode ser importante para uma cidade como a nossa Diamantina, como pode beneficiar a todos e não só a pequenos grupos.

PROFº FUMAÇA GENRO
Blog fucalima2010.blogspot.com
PROGRAMA MÚSICA PURA TODOS OS SÁBADOS DAS 17h30minÀS 19h30min

NOÇÕES INICIAIS

A comunicação é para todos e é direito de todos. Os brasileiros têm o direito à informação e à expressão garantida pelo artigo 220 da nossa Constituição Federal. Aliás, o Brasil assinou o Pacto de San Jose da Costa Rica, em 1969,durante a Convenção Americana de Direitos Humanos. Neste pacto, está escrito que toda pessoa é livre para receber e difundir informações, sem que haja abuso de “[...] controles oficiais ou particulares de papel de imprensa, de freqüências “radioelétricas ou de equipamentos e aparelhos usados na difusão de informação”.
Assim, além de receber informação, cada pessoa pode também comunicar, ou seja, pesquisar, produzir e distribuir informações através de diversos meios de comunicação, abordando assuntos que domina, contando sobre a realidade em que vive os problemas que ela e seus vizinhos encontram as novidades que interessam à comunidade. Afinal, as pessoas mais indicadas para falarem sobre determinada realidade são aquelas que a vivenciam. É muito mais legítimo que um morador de um bairro ou cidade fale sobre como é morar lá, quais os problemas, quais as necessidades, do que alguém de fora, que não acompanha de perto os acontecimentos do local. Isto vale não só para um bairro, mas também para categorias de trabalhadores, setores sociais, defensores de uma causa específica e mesmo em todos os temas onde tenha gente envolvida e organizada em torno de OBJETIVOS COMUNS – por isso, falamos em COMUNIDADE.

Para que essas informações sejam conhecidas pela maior quantidade de pessoas, o rádio é o veículo de comunicação mais indicado. Ele está presente na maioria das casas, não é caro e, diferentemente dos jornais e outros meios escritos, não exige que as pessoas saibam ler para que possam compreender. Pelo rádio, as mensagens podem ser ouvidas coletivamente, em grandes grupos, em família, entre amigos, fazendo com que mais pessoas compartilhem o conhecimento e também os sentimentos despertados pelas notícias, músicas e outras informações.
As RÁDIOS chamadas COMUNITÁRIAS devem ser realmente DEMOCRÁTICAS.
A sua grande vantagem sobre as rádios comerciais é justamente a possibilidade de qualquer pessoa da comunidade participar. Além disso, são mais específicas, falam sobre assuntos locais, que dizem respeito à comunidade e que normalmente não são noticiados em emissoras comerciais. Assim, são capazes de mobilizar a população a buscar melhorias na qualidade de vida, formando identidade coletiva, abrindo espaço para a exigência de direitos e mudanças no que não está sendo cumprido nem atendido. Através das rádios comunitárias, pessoas e vozes que dificilmente são ouvidas nas redes comerciais têm espaço para suas manifestações.
Mesmo que o Brasil venha a adotar oficialmente o sistema digital de transmissão, o sistema analógico continuará existindo e sendo utilizado por muitos anos, inclusive pelas rádios comerciais, já que para ter acesso ao que essas rádios emitem o ouvinte precisa ter um receptor digital. Assim, as rádios que optarem pelo sistema digital provavelmente continuarão operando no sistema analógico por bastante tempo, até que a maioria dos ouvintes disponha desse receptor. As rádios comunitárias, então, não precisam se preocupar com o fim do sistema analógico de transmissão, pelo menos por enquanto. Além disso, uma série de problemas de funcionamento fez com que o Ministro das Comunicações, Hélio Costa, recuasse na adoção do padrão americano de rádio digital, o IBOC (In Band on Channel), também conhecido como HD Radio. Pelo menos por algum tempo, os planos para o uso de rádio digital no Brasil está suspenso.
Pela importância que a comunicação produzida localmente assume na vida das pessoas atingidas, pelo papel do rádio como meio para informação, difusão do conhecimento e mobilização com possibilidades de transformação da realidade, as rádios comunitárias deveriam ser mais utilizadas e valorizadas. Esta cartilha, portanto, tem como objetivo auxiliar na reflexão sobre o papel da rádio comunitária e sua atuação – e também servir como referência para auxiliar tecnicamente na produção, planejamento e gestão das rádios e programas a serem veiculados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário