quarta-feira, 13 de julho de 2011

Luta entre meninas de 7 e 8 anos causa polêmica na Austrália-SINCERAMENTE NÃO SENDO HIPÓCRITA, MINHA OPINIÃO É QUE UM PAI DESSES MERECE ELE LEVAR UMAS PORRADAS. SE POR ACASO OUTROS ESPORTES PODEM TRAZER OS MESMOS PROBLEMAS, QUE SE REPENSE ESSES ESPORTES. MAS USAR CRIANÇAS PARA PROMOÇÃO PESSOAL COMO ME PARECE SER O CASO DESSE PAI BABACA É DEMAIS.

O australiano John Wayne Parr, campeão mundial de kickboxing, causou polêmica em seu país ao colocar a filha, de 8 anos, para lutar em um ringue.
Com luvas e proteção para a cabeça e a boca, “Princess” Jasmine Parr, como é chamada, enfrentou Georgina “Punchout” Barton, de 7 anos, na noite de sábado 18 de junho, diante de uma platéia de 500 pessoas. Algumas bebiam enquanto apreciavam a luta e, no final do embate, a vencedora levou um prêmio de US$ 100. As meninas eram apenas uma das lutas da noite: adultos profissionais usaram o mesmo ringue.


As imagens da luta tornaram-se públicas e causou revolta em pais de toda a Austrália. Há relatos de que Jasmine chorou durante a luta, com medo da oponente. A menina teria dito que só voltaria ao ringue mais velha: aos 10 anos! Em uma entrevista para a TV, contudo, a menina disse que achou OK, embora algumas pessoas tenham achado “um pouco assustador”.
Depois da luta, Phil Reeves, ministro australiano da segurança infantil e do esporte, disse que pode regular a prática de esportes de combate para participantes abaixo da idade. Reeves se disse chocado com as imagens das duas garotas no ringue.
Um comentarista do Sidney Morning Herald defendeu a decisão do pai de Jasmine de permitir a luta. John Birmingham afirma que a polêmica revela a hipocrisia da sociedade. Para ele, a luta só causou tanto furor porque era entre meninas. Se fossem dois meninos a trocar socos, ninguém teria dito nada.
Assim como ninguém liga quando meninos pequenos se chocam entre si jogando rugbi ou futebol americano. Ou que, no Brasil, ninguém está aí quando vê meninos se acotovelando para cabecear uma bola ou dando um carrinho para parar o adversário no futebol.
Birmingham conta que viu um menino levar um chute na cabeça durante uma partida de rugbi e precisou de 10 minutos de atendimento médico. Mas que isso não virou debate nacional nem assunto de ministério porque estamos acostumados com os riscos dos esportes de contato – e até celebramos os garotos durões que se levantam e continuam a jogar até se tornar profissionais.
Mas era uma luta – kickboxing – entre meninas novinhas. E isso choca as pessoas.
Não que não haja riscos, há. O principal é o perigo para o cérebro das garotas. Os choques repetidos na cabeça podem levar ao desenvolvimento de problemas neurológicos. Acredita-se que o Parkinson desenvolvido pelo grande Muhammad Ali tenha relação com os socos que o boxeador levou durante a carreira.
Mas nem só o boxe representa um risco para os atletas. Há pesquisas que relacionam a prática de futebol e futebol americano com problemas no cérebro. No futebol americano, os choques são diretos e intencionais. No nosso futebol, a maioria acontece por acidente, quando dois atletas disputam para cabecear a mesma bola no ar, mas há indícios de que cabecear a exaustão bolas pesadas e rápidas também pode gerar problemas.
Talvez essas meninas estejam correndo o mesmo risco que as crianças que jogam futebol ou futebol americano. Nem mais, nem menos.
As pessoas têm razão de criticar o pai por ter colocado a filha no ringue ou ele está certo? O que você acha: é preconceito ou precaução?
Letícia Sorg é repórter especial de ÉPOCA em São Paulo.

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